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Publicado quarta-feira, 01 de maio de 2024 às 00:00 h | Autor: Editorial
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A Associação Bahiana de Imprensa (ABI) presta valioso serviço à luta da mulher ao entregar à categoria de comunicadores e à sociedade civil o “Protocolo Antifeminicídio: Guia de Boas Práticas para a cobertura jornalística”.

Mesmo profissionais não-academizados têm agora acesso ao conhecimento, evitando erros morais e técnicos na produção de notícias e reportagens sobre ataques de homens, resultando ou não em homicídio por viés de gênero.

Podem agora organizar-se com mais arrojo as editorias responsáveis pelas coberturas, suprindo uma ou outra lacuna, com o apoio do material dividido em sete preciosas seções, para consulta diária por parte de quem vai a campo.

A oportunidade chega à cidadania, transcendendo aos deveres das redações, pois a ninguém é dado desconhecer a legislação, encabeçando a lista de decretos a Lei Maria da Penha, a primeira a reconhecer a desigualdade.

A participação de veteranas na arte de apurar e redigir pode-se verificar nas orientações de observar o boletim de ocorrências; a tipificação do crime; a importância de ir ao local; a busca de fontes qualificadas e estatísticas; e a prestação de serviço de orientação sobre o acolhimento às vítimas e seus familiares.

O posicionamento dos veículos, diante de um sem-número de possibilidades de hermenêutica, com a ampliação da cultura áudio-visual, deve privilegiar o estímulo à denúncia. O documento, preparado com esmero por equipe de jornalistas mulheres, concede também, como suplemento, os endereços e telefones de instituições nas quais se pode obter ou fornecer informações e auxílio.

A preocupação com a linguagem está relacionada ao costume de acolher apelos emocionais, como o ciúme por parte dos agressores, em expressões a evitar, como “perdeu a cabeça”; “não suportou a rejeição”, entre tantas outras.

Ao ritmo da contribuição irretocável, considerando a qualidade do trabalho, o projeto incentiva os veículos de comunicação a adotarem uma abordagem mais responsável, ética e sensível da temática do feminicídio, com contribuição decisiva ao combate à cultura de violência de gênero.

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