Advogado nega que suspeito de mandar matar pediatra tenha confessado crime
O advogado do homem suspeito de ser o mandante da morte do pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, de 44 anos, negou que seu cliente tenha confessado o crime na sexta-feira, 22, quando se apresentou à polícia e foi preso na cidade de Barreiras, no interior da Bahia.
Segundo o advogado, o seu cliente, Diego Santos Silva, de 31 anos, permaneceu calado durante o depoimento e só vai se pronunciar depois da defesa ter acesso aos autos do processo. Ele ainda informou que vai recorrer do pedido de prisão.
A informação inicial, do coordenador da 11ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), delegado Rivaldo Almeida Luz, era de que o suspeito havia confessado ser o mandante do crime, o que foi negado pelo advogado.
Suspeito de mandar matar o pediatra, que foi assassinado dentro da clínica que trabalhava, Diego Santos Silva teve a prisão decretada no início de outubro e era considerado foragido.
A polícia informou que só dará detalhes sobre o caso após a conclusão do inquérito. No momento, a hipótese trabalhada é de que o médico teria assediado uma mulher. A família discorda e afirma que a morte foi causada por uma disputa de espaço de trabalho.
Relembre o caso
O médico pediatra Júlio César de Queiroz Teixeira, 44, foi assassinado dentro da clínica onde trabalhava no município de Barra, na manhã do dia 23 e setembro
Um paciente havia deixado o consultório, quando um homem invadiu o local e realizou diversos disparos contra a vítima. Ele foi encaminhado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Segundo a Guarda Municipal de Barra, um comparsa do autor dos disparos aguardou do lado de fora e, após o crime, fugiram em uma moto.
Em menos de uma semana após o crime, a Polícia Civil realizou a prisão de quatro envolvidos diretamente no crime, todos na cidade de Barra, momento em que foi apreendida a motocicleta utilizada no crime. Os presos foram os executores do crime e um casal, que conforme as investigações, atuou como olheiro. Os três homens foram encaminhados para a penitenciária de Barreiras e a mulher está presa na delegacia de Barra.
No entanto, apesar de ser apontado como mandante do crime, familiares de Júlio César dizem que Diego Silva foi apenas um intermediário entre a pessoa que encomendou o assassinato e os executores.
A motivação do crime segue sendo investigada. Uma das hipóteses é de que o médico teria assediado uma mulher, o que foi totalmente rejeitado pela família. Para os familiares, o médico pode ter sido morto por uma disputa de espaço de trabalho ou após alertar uma família sobre uma criança atendida por ele, que teria apresentado sinais de abuso sexual.