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Ambulantes levam sorvete para todas as classes

Publicado sábado, 22 de setembro de 2007 às 17:56 h | Autor: Marta Erhardt, do A TARDE On Line

Para os ambulantes que vendem sorvetes nas ruas de Salvador o cotidiano não é fácil. Além de enfrentar a concorrência, eles também têm que vencer o cansaço das caminhadas pelos bairros da capital baiana em busca de fregueses. Com o preço mais em conta, em média a bola custa R$0,70, os vendedores tornam a guloseima acessível a todas as classes sociais.

É o caso de Eládio da Silva Santos, de 53 anos, que há 19 anos vende sorvete nas ruas da cidade baixa. Ele ingressou no comércio de sorvete com a ajuda de um amigo, que já vendia o produto. “Não achava outra alternativa de emprego então parti para o comércio informal”, conta.

A rotina é sempre a mesma. Só sai de casa depois das 11h, porque é de tarde que as vendas decolam. Morador de Macaúbas, caminha até a Cidade Baixa para vender o produto em Dendezeiros, Boa Viagem, Bonfim e Largo do Papagaio. “Para vender bem tem que andar. Ou anda, ou não vende. Nem sempre temos clientes certos por isso temos que aventurar”, conta.

Apesar da jornada, Eládio não reclama do trabalho. “Faz parte da sobrevivência. Já estou acostumado com o que faço”, diz, taxativo. Com a experiência de quase duas décadas no ramo, ele já conhece os gostos dos fregueses. Sabe, por exemplo, que os sorvetes de fruta, como coco, umbu, cajá, mangaba e abacaxi, são os mais procurados e que é preciso tática para emplacar o produto no inverno.

“No inverno a gente tem que fazer promoção para vender, porque a situação é complicada. Já de outubro a abril a venda é garantida. No verão a gente vende um pouco mais, consigo até R$600 por mês”, revela.

O público infantil é o alvo preferido dos ambulantes. Por isso, quando o vendedor encontra uma criança, faz de tudo para conquistar o cliente. “Chamo, faço brincadeira, bato o sino. Tudo para chamar a atenção e vender nem que seja uma bola”, conta.

Com a grande concorrência, Eládio adotou algumas táticas de venda. Para conquistar a freguesia, passa diariamente nos mesmos locais e no mesmo horário. Dessa forma o freguês já memoriza quando o sorveteiro estará no bairro. “Se a pessoa não souber trabalhar perde espaço. No começo o trabalho era melhor, mas como o desemprego em Salvador está grande, tem muita gente vendendo”, explica.

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