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Comemorações voltam à rotina da cidade

Publicado domingo, 17 de outubro de 2021 às 06:00 h | Autor: Priscila Dórea
Após pular duas festas, Marcela celebrou os 3 anos e cinco meses da filha Lara com uma pequena festa no condomínio onde moram | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE
Após pular duas festas, Marcela celebrou os 3 anos e cinco meses da filha Lara com uma pequena festa no condomínio onde moram | Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE -

Aniversários, formaturas, casamentos… Faz tempo que não marcamos essas cerimônias no calendário, não é? Entre remarcações e cancelamentos de eventos que reúnem amigos e família, já se foi mais de um ano e meio em isolamento social, e agora, com a vacinação avançando e as restrições diminuindo, as pessoas voltaram a se sentir seguras para festejar os bons momentos.

“Os eventos sociais voltaram com muita força nas últimas semanas e a vacinação tem um papel essencial nisso. No entanto, é bom lembrar que os protocolos precisam continuar sendo seguidos. O álcool 70% precisa continuar à mão e as máscaras cobrindo nariz e boca, mesmo em pistas de dança, só as tirando quando estiver em sua mesa. Não podemos retroceder agora”, alerta o presidente da Associação Brasileira de Eventos (Abrafesta), Ricardo Dias.

Planejando sua cerimônia de casamento desde 2019, a fonoaudióloga Monique Sampaio Braga, assim como muitos, não achava que a pandemia duraria mais de um ou dois meses. Hoje, depois de duas ondas da doença, quatro remarcações, dez fornecedores para alinhar e convidados inseguros, ela e o futuro marido, Rafael, cogitaram adiar o casório - agora marcado para o próximo dia 24 -, para 2022.

“O processo foi muito desgastante e com muitas frustrações. Não acredito que 100% das pessoas irão comparecer, eu mesma tenho receio por eles e espero que todos tomem cuidado. Acabamos realizando o casamento civil nesse meio tempo, mas estou feliz, animada e ansiosa com a cerimônia. E também com um pouco de medo, porque mesmo que a maioria das pessoas esteja vacinada e isso me tranquilize, sabemos que a doença ainda está aí”, desabafa.

A assessora de eventos Mônica Pitanga - da Assessoria Mônica Pitanga - explica que o setor de eventos precisou se manter atento aos protocolos no retorno às atividades. “Sabemos que o momento ainda é de atenção e cuidado, trabalhamos com sonhos e fazer parte deles é uma sensação única. Por isso, fazemos tudo ao nosso alcance para que esse sonho possa ser realizado, e hoje, seguir os protocolos à risca é essencial”.

Já Lara Pimenta, de três anos e meio, entrou em 2019 perguntando todos os dias: quando vai ser meu aniversário? Sua mãe, a fisioterapeuta Marcela Pimenta, já havia organizado tudo para a festa no dia 27 de março, mas no meio do mês a pandemia chegou fechando tudo e isolando todos. Com fornecedores pagos e convites enviados, Pimenta se preparou para contar à filha que não haveria festa naquele ano.

“Foi muito triste e contar para ela foi difícil. Lara estava fazendo dois anos e o dia foi meio triste, mas também feliz graças aos vizinhos. Tereza, uma vizinha de cima, pendurou balões de festa para Lara ver. Carla, minha vizinha do lado, fez alguns docinhos e outros vizinhos cantaram parabéns lá embaixo. Em casa, eu fiz uma festa pequena pra ela, eu e meu marido. Foi um dia de choro, mas também de muitos risos”, conta.

No aniversário seguinte, este ano, a segunda onda da Covid-19 fez a festa em família se repetir nos 3 anos de Lara. Mas com fornecedores pagos, a filha pedindo por uma festa no play e menos restrições, a fisioterapeuta resolveu comemorar os três anos e cinco meses da família com uma festa menor, mas ainda uma festa. “Foram cerca de 30 pessoas no prédio e foi a melhor festa do mundo. Minha filha se divertiu horrores com os amiguinhos do prédio”, relembra.

Formatura

Proprietária da Inovar Formaturas, Jéssica Layne conta que ofereceu formaturas remotas, mas algumas turmas preferiram esperar pela tradicional. "Uma decisão justificável, afinal a formatura representa uma conquista do formando, mas também da família e amigos. E com o avanço da vacinação e liberação dos eventos, já retomamos a agenda para a realização de solenidades a partir de novembro. Ainda há restrições, mas também otimismo", explica.

E quem teve a experiência de uma formatura remota e se frustrou foi o jornalista Edgar Paiva. A colação de grau foi feita pela faculdade e ainda hoje, um mês depois, ele fica irritado com a lembrança. "Foi péssimo. A conexão da faculdade estava ruim, as pessoas não estavam preparadas e muitos desistiram de assistir. Sempre quis entrar com a música que escolhi, com meus amigos e família lá. Eu esperei muito por isso, então ter uma formatura online e ainda por cima dessa forma, foi horrível e muito desrespeitoso”, desabafa.

Paiva e sua turma se preparavam para a formatura já fazia meses e mesmo com a chegada da pandemia, ele conta que ainda havia “uma gotícula de esperança de que fosse acontecer algo presencial”. Com o passar dos meses, a faculdade não emitiu nenhum comunicado positivo ou negativo sobre a chance de uma cerimônia presencial. Até que Paiva concluiu o curso e a instituição informou que a colação de grau seria online.

“Ainda lembro do dia que eu abri o e-mail e vi o comunicado. Aquilo me deu uma tristeza tão grande. Fora que eu não consigo tirar um momento bom daquela colação de grau virtual, eu preferia não ter assistido. A formatura é uma realização minha e das pessoas que torciam por mim, e quem mais esperou por esse momento foi meu avô, que eu já perdi. Ele falava para todos que o neto iria ser jornalista e que queria me ver formado, então eu queria viver aquele momento por ele também”, desabafa.

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