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Dissídio deve determinar fim da greve

Publicado sexta-feira, 02 de junho de 2006 às 00:05 h | Autor: A Tarde On Line

Apesar desta sexta-feira, 2, amanhecer sem ônibus, os baianos podem contar com a normalização do transporte coletivo ainda pela tarde, é o que afirma o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) , desembargador Paulino Couto. O presidente licenciado do Sindicato dos Rodoviários, JCarlos, afirma que a categoria tenta, nas primeiras horas do dia, obedecer à decisão judicial de manter 70% da frota nas ruas, mas garante a continuidade da paralisação.



A greve, que completou três dias nesta quinta-feira, 1º, deve terminar após o julgamento do dissídio coletivo, ajuizado pelo sindicato patronal, que acontece às 14 horas. Após a divulgação da decisão do TRT sobre o índice de reajuste que deve ser concedido aos rodoviários, estes serão convocados a voltar ao trabalho. “Eles (empresários) procuraram a Justiça, mas nós mesmos queremos acatar os 5% que a própria Justiça determinou”, dispara Jcarlos.



O assessor de relações sindicais do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), Jorge Castro, aposta no fim da greve. “Nesta sexta-feira a greve termina, porque não há mais nenhuma chance de se argumentar”, acredita.



Apesar de haver uma possibilidade de recurso, o mesmo não teria efeito suspensivo, o que garante o fim da greve ainda nesta sexta-feira, desde que os dois lados acatem a decisão judicial. O dissídio foi ajuizado como última ferramenta de resolução do impasse, após audiência de conciliação entre os rodoviários e empresários, nesta quinta-feira, quando não houve acordo.



O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) propôs que os empresários aumentassem a proposta de reajuste salarial para 5%, mas o grupo firmou 3,3% como última proposta. No início das negociações, os trabalhadores pediam 20% de aumento.



Apedrejamento - Nesta quinta-feira, 54 ônibus foram apedrejados em Salvador, segundo o Setps. Com as novas ocorrências, sobe para 187 o número de veículos danificados durante a paralisação. Foram às ruas 472 ônibus convencionais –cerca de 17% da frota. Em um deles, o cobrador Valdir Serra, que trabalhou a partir das 13 horas, encontrou pouco movimento de passageiros. “Acredito que as pessoas ainda estão com medo de sair por causa do apedrejamento”, revela.



Com o pequeno número de veículos nas ruas e o risco de ser atingido por manifestantes, os soteropolitanos tiveram dificuldade de ir ao trabalho. Pela manhã, a reportagem do A Tarde On Line percorreu o Aquidabã, Vale de Nazaré, Rótula do Abacaxi e Avenida Bonocô. Apenas três coletivos circulavam neste trecho e estavam quase vazios. Muita gente preferiu ir a pé ao trabalho ou tentar a sorte no transporte clandestino.



No município de Simões Filho, dois artefatos conhecidos como “coquetel molotov” foram atirados dentro da garagem da empresa Litoral Norte, que não integra a frota das empresas metropolitanas e não é filiada ao Setps. Dois veículos foram atingidos, mas não houve incêndio, de acordo com o delegado Cezar Romero de Souza, da 22ª Delegacia de Polícia, onde a ocorrência foi registrada. Policiais investigam o caso e tentam identificar os autores do crime.



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