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Editorial - Estúpida atitude

Publicado terça-feira, 29 de dezembro de 2020 às 06:00 h | Autor: Da Redação
Proibiu, em boa hora, o Judiciário, após pedido do governo estadual, a realização de shows e festas nestes próximos dias | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE | 2.4.2020
Proibiu, em boa hora, o Judiciário, após pedido do governo estadual, a realização de shows e festas nestes próximos dias | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE | 2.4.2020 -

Pedir para melhorar a humanidade pode parecer demais quando, mesmo ao enfrentar uma pandemia capaz de extinguir a espécie, ainda há pessoas, e não poucas, dispostas a celebrar aglomeradas, as festas de Ano Novo, apesar de alertas dos infectologistas.

Prova inconteste da impossibilidade de convencer a alguns, provisoriamente vivos, do perigo ao qual estão expostos, é o congestionamento de jatos ocorrido no fim de semana nas regiões sul e extremo sul da Bahia, no aguardo de liberação do pátio em Porto Seguro, Trancoso, Ilha de Comandatuba e Ilhéus.

O registro de aglomerações de rua e a previsão de festas de grande porte no litoral baiano, que demonstram a falta de educação para o convívio, entre cidadãos de aparente etiqueta, exigiram presença da polícia e atuação firme do Judiciário.

O retrato da estupidez de quem poderia ser referência por possibilidade da aquisição de repertório cultural é emoldurado por encontros de 200 pessoas, como registra boletim de ocorrência da pândega interrompida pela polícia.

Age bem o governante cujo zelo pela saúde pede o rigor das forças repressivas, diante da tamanha falta de compaixão, pois, além dos 190 mil óbitos, há amigos e familiares sofrendo pela dor de brasileiros hospitalizados.

Proibiu, em boa hora, o Judiciário, após pedido do governo estadual, a realização de shows e festas, públicas ou privadas, nestes próximos dias, em Porto Seguro, independentemente da quantidade de pessoas, sob pena de R$ 300 mil de multa diária. A decisão foi posteriormente revertida, em parte, por juiz daquela comarca.

Seria dever de todos quantos possam comunicar-se renovar o aviso à população, para argumentar pela importância de evitar espalhar a peste, em país onde falta a vontade política de imunizar seu povo.

Responsabilidade pode parecer palavra estranha, não a toda gente, mas a alguns, incapazes de admirar o engaste de 45 nações no processo civilizatório, estas, sim, já tendo algo para alegrar-se: o início da vacinação.

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