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Especialistas discutem conteúdo da TV

Publicado quarta-feira, 22 de agosto de 2007 às 23:59 h | Autor: Chico Castro Jr., do CARDENO 2

Acompanhe as conferências ao vivo pelo portal A TARDE On Line.   

O secretário de audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, definiu de forma rápida e com poucas palavras o que vê como um dos objetivos do Workshop de Programação para TV Pública: “Discutir caminhos que levem à emancipação do conteúdo das TVs públicas, de modo que estas fiquem eqüidistantes – tanto do poder público, quanto do poder econômico, representado em grande parte pelas TVs comerciais”.


Orlando Senna participou de uma das rodadas de palestras na manhã de ontem, durante o painel de abertura do workshop A Comunicação Pública e a Diversidade Cultural, ao lado de nomes como Juca Ferreira (secretário-executivo do MinC), Márcio Meirelles (secretário estadual de Cultura), Ubiratan Castro (presidente da Fundação Pedro Calmon), Danilo Miranda (diretor do departamento regional do Sesc-SP) e Regina Mota (membro do Conselho de Curadores da Rede Minas de Televisão).
Além do governador Jaques Wagner, que também prestigiou o workshop, outros figurões do jornalismo, cinema e política cultural também participam do evento, como Franklin Martins (ministro da Comunicação Social), Paulo Henrique Amorim (TV Record), Ivana Bentes (diretora da Escola de Comunicação da UFRJ), José Arbex (editor especial da revista Caros Amigos), Eryk Rocha (cineasta e documentarista), Nélson Hoineff (presidente do Instituto de Estudos de Televisão – IETV) e Jorge Furtado (cineasta), entre muitos outros convidados, em um evento de importância nacional.

palestrantes – Apesar da grande quantidade de diferentes palestrantes na manhã de ontem, uma sensação de dejà vu acabava por se impor aos ouvintes, já que, mesmo com outras palavras, eles acabavam por bater no mesmo ponto: a TV pública precisa ser um instrumento de desenvolvimento efetivo, a serviço do povo brasileiro. Contudo, a partir desse ponto de convergência, os discursos se diversificam. O secretário Márcio Meirelles chamou a atenção para as diferentes formas com que as TVs públicas e comerciais tratam o espectador. “A TV pública atende o cidadão, e a TV comercial, o consumidor, como se não se tratasse da mesma pessoa”, disse.

Juca Ferreira trouxe para a mesa a necessidade de uma TV que tenha relação com o interesse público, que tenha condição de elevar a inteligência e a capacidade crítica  da população. “Não estamos aqui falando só de TV, mas de uma rede, um sistema cooperado o mais horizontal possível, que produza diversidade de vozes e discussões de temas, como as questões da mulher, do negro, do índio, do aborto”, continuou.

Ele destacou que a TV tem um papel fundamental na difusão da  educação e citou como exemplo uma notícia segundo a qual o Nordeste tem o maior índice de câncer peniano do Brasil. “Qual é a causa disso? Falta de higiene básica. É em casos como esse que a TV precisa atuar. Eu acho que estamos construindo o grande instrumento de desenvolvimento do Brasil, que é a TV pública”, pontuou.

Audiovisual – O secretário Orlando Senna destacou, em entrevista a A TARDE, que todos os países da América Latina estão se organizando no sentido da produção e exportação de produtos de audiovisual. “Não estamos tratando apenas de entretenimento, mas da maior economia do século 21. Nesse novo cenário que se forma, o País que não for produtor e exportador de audiovisual será meramente um importador”, afirmou.


“A TV pública que queremos só terá razão de ser se puder ser popular e alcançar um contingente de espectadores que a justifique. Mas o nosso caminho não é o da TV hipnótica, que só promove o monólogo. Queremos um diálogo constante”, afirmou.
Hoje, o painel A Convergência Digital e a Formatação de Conteúdos reunirá na mesa Nelson Pretto (diretor da Faculdade de Educação da Ufba), Arthur Omar (escritor e cineasta), Bob Fernandes (editor-chefe do site Terra Magazine) e Rodrigo Savazoni (editor-chefe da Agência Brasil). O Workshop de Programação para TV Pública está sendo transmitido em tempo real pelo site do Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (www.irdeb.ba.gov.br). Para participar enviando sua pergunta aos integrantes dos painéis, basta acessar e clicar no link do workshop. O evento prossegue até amanhã e é realizado pelo Irdeb e MinC, com o apoio do Grupo A TARDE e da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).

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