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Folia tem redução de 7.8% no número de ocorrências

Publicado quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009 às 00:56 h | Atualizado em 26/02/2009, 00:59 | Autor: Luana Gomes e Samuel Lima, do A TARDE

Mesmo com a meta não cumprida de reduzir em 12,5% o número de ocorrências na folia, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) comemorou a diminuição em 7,8% durante seis dias de festa. Neste período, foram registradas 1.379 ocorrências, frente os 1.495 em 2008 – 116 a menos. Os dados foram divulgados, na Quarta-Feira de Cinzas, em entrevista no Hotel da Bahia.



Entretanto, fora do circuito carnavalesco os índices de violência mantiveram-se no mesmo ritmo já observado desde o início do ano. Entre as 7 horas da última quinta-feira até as 7 horas de quarta, a Central de Telecomunicações da Polícia (que atende à Grande Salvador) registrou 33 homicídios (5,5 por dia), 34 roubos de carros (5,6 motoristas assaltados diariamente) e 56 roubos a ônibus (9,3 por dia).



Para o Carnaval de 2009, a Polícia Militar prometera efetivo de 240 homens, destinado a reforçar, exclusivamente, a segurança nos corredores do transporte coletivo. Em relação a 2008, foram apenas quatro casos a menos de assaltos a ônibus. Já o número de homicídios durante o Carnaval manteve a mesma média diária do restante de 2009.



Risco –  A região do subúrbio ferroviário foi a de maior incidência da ação dos ladrões de coletivos, com 10 casos registrados. Ali, uma garota de 9 anos foi morta após ser baleada na cabeça em um assalto a ônibus, em 2007. A área que engloba Cajazeiras e Águas Claras foi a segunda mais afetada com os assaltos: 7 casos.



Com investimento de R$ 21,5 milhões da SSP no Carnaval 2009 e a redução de cerca de 100 ocorrências em relação à folia do ano passado, o titular da pasta, César Nunes, fez uma avaliação positiva do saldo do Carnaval no quesito segurança.



“O mais relevante é que, pelo segundo ano consecutivo, não tivemos nenhum homicídio nos circuitos, apenas duas tentativas controladas”, disse ele. Quanto ao corpo de um homem encontrado próximo à Praça da Piedade sem sinais de agressão física, na última segunda-feira, Nunes confirma a morte por acidente vascular cerebral (AVC), “não ocasionado por ingestão de substâncias ilegais”.



Para o secretário, “a tecnologia empregada, aliada ao ostensivo policiamento civil e militar” foram os motivos principais do impedimento de mortes. César Nunes confirmou, ainda, a não utilização das 200 pistolas elétricas não-letais, modelo M-26, adquiridas antes da folia baiana.

“As armas não foram acionadas porque não houve motivos para tal. De qualquer modo, o aparato segue como armamento da nossa polícia, por ser uma tendência mundial em países desenvolvidos, inclusive estimulada pelo Ministério da Justiça”.



O secretário informou que, “de um modo geral, o cenário carnavalesco foi tranquilo, com a redução em 12% de lesões corporais, 6,4% de furtos, 35% de roubos”, além de 89 prisões por uso de drogas e 12 por tráfico apenas, que contribuíram para a redução no índice geral de ocorrências”.



Sobre os bairros distantes dos circuitos, Nunes assinalou que a SSP ainda não dispunha de “um balanço oficial”.



O delegado-chefe da Polícia Civil, Joselito Bispo, reforçou a diminuição da violência nos circuitos do Carnaval. “Em flagrante, foram autuadas 70 pessoas, que já estão detidas no complexo dos Barris. Outras 1.463 conduzidas aos postos policiais distribuídos pelos circuitos. Não sei precisar ao certo os números de 2008, mas certamente foram maiores“, garante. De acordo com a assessoria de imprensa da SSP, foram feitas triagens diárias dos detidos durante o Carnaval.

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