Jau presta depoimento após acusar racismo na Barra; restaurante emite nota
O cantor Jau esteve na 14ª Delegacia, na Barra, para prestar depoimento sobre o caso de racismo que afirma ter sofrido no Restaurante Sette nesta quinta-feira, quando foi impedido de entrar devido não estar vestido de forma condizente ao código do estalecimento, que fica na Barra.
O artista afirmou que esteve, junto a sua equipe, no estabelecimento na quinta-feira, 2, mas foi barrado e impedido de entrar. Ele atribuiu a impossibilidade a uma atitude racista por parte de funcionários do restaurante.
A delegada que investiga o caso deverá tentar ter acesso, por meio da emissão de mandado de busca e apreensão, às câmeras de segurança do restaurante para elucidar o fato.
Em seu posicionamento, o Sette afirmou que possui um código de vestimenta formal exibido na entrada e que uma pessoa que acompanhava Jau não estava vestido de forma condizente.
"Em imagens capturadas pelas câmeras de segurança do Sette, vê-se claramente que o acompanhante do cantor não estava usando vestimentas de acordo com o dress code estabelecido (usava bermuda), bem como chapéu utilizado pelo artista, motivos estes que levaram o segurança a informá-lo da necessidade de adequação para acesso ao local", diz o comunicado.
O Sette pontua que, segundo previsto no art. 6º, III do CDC, é permitido a bares e restaurantes a adoção de códigos de vestimentas próprios, desde que estes sejam exibidos.
"O Sette Restaurante esclarece que abomina qualquer ato racista ou discriminatória, prezando por sua conduta democrática e inclusiva, e reforça que apenas existe um dress code para ingresso na casa".
Em sua denúncia, Jau afirmou que, além das vestimentas, foi impedido por não ter o perfil que, segundo ele, o estabelecimento aceita.
"Não era a indumentária. Faltava-me talvez olhos azuis e cabelos louros. Não os tenho, não culpo quem os tem, não os quero ter, mas preciso da minha liberdade de ir e vir. E hoje o restaurante Sette foi preconceituoso comigo e com minha equipe não deixando a gente adentrar o espaço. Não é um lugar democrático, não é um lugar frequentável, é um lugar racista", afirmou Jau.