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Vendedores ambulantes são a opção para os banhistas na orla sem barracas

Publicado sábado, 28 de agosto de 2010 às 22:00 h | Atualizado em 22/01/2021, 00:00 | Autor: Thiago Guimarães, do A TARDE

Vendedores ambulantes com isopor foram a única opção para a cervejinha de quem resolveu aproveitar o primeiro sábado de praia após a derrubada das 349 barracas da orla de Salvador. “Nós armamos pela manhã e desarmamos pela parte da tarde. A praia fica toda limpinha”, afirma Valdecy da Silva Costa, 49 anos, que há três décadas trabalha nas areias da Barra, alugando cadeiras e vendendo água de coco, cerveja, água mineral e refrigerante, convivendo com o medo de perder o direito de vender seus produtos na praia.

A banhista Ludmila de Oliveira, 24, utiliza os serviços de Valdecy, mas alega que  a determinação judicial  pela derrubada das barracas não foi uma decisão acertada. “Isso só vai contribuir para o aumento da violência, assaltos e furtos. Sem falar que é muito ruim ir para uma praia sem estrutura”, opina.

A mesma estrutura improvisada pelos vendedores ambulantes pode ser encontrada em Amaralina, Pituba, Ondina, Buracão, Jardim de Alah, Boca do Rio,  Itapuã, Stella Mares, Praias do Flamengo e parte de Ipitanga.

Imagem ilustrativa da imagem Vendedores ambulantes são a opção para os banhistas na orla sem barracas

Limpeza - A prefeitura continua realizando a limpeza dos  restos de madeira, plásticos, palha e  concreto que hoje ocupam o lugar das barracas na Barra, Patamares e Farol de Itapuã. Porém, a paisagem  na praia do Corsário ainda é de destruição, o que afasta os banhistas e também os vendedores ambulantes.

O turista paulista Luis Carlos  Cardoso, 46, que a três dias visita a capital baiana com a família, se diz indignado com o cenário, “essa é a primeira vez e a última que venho aqui, pois dá uma sensação de destruição e abandono”.

Em Patamares, Antonio Edvaldo Santos, 39, proprietário da barraca Luz e Mar, derrubada na terça, dia  24, assistia inconsolável o trabalho das  máquinas que limpam os escombros que sobraram do local onde trabalhou por 20 anos. “Está complicado, eu amava meu trabalho e não tenho outra profissão. Era dono de barraca e agora sou desempregado. Tenho  filho e esposa que também trabalhavam aqui. O sentimento é de revolta”, diz Antônio.

Na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas, os banhistas aproveitam o dia ensolarado para  gozar da  estrutura das únicas barracas de praia que ainda não foram ao chão após a decisão judicial. Elas fazem parte das 32 barracas salvas pela liminar emitida na última terça-feira,  pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF), em Brasília.

A liminar foi um atendimento ao recurso  solicitado pela  prefeitura de Lauro de Freitas na segunda-feira, dia 23, quando a prefeita Moema Gramacho havia conseguido negociar  mais um dia de prazo aos barraqueiros. A liminar  está com o mérito pendente de julgamento.

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