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Chesf aumenta vazão do reservatório de Sobradinho para gerar energia

Justificativa é a otimização energética envolvendo áreas do Sistema Interligado Nacional

Publicado terça-feira, 12 de julho de 2022 às 05:30 h | Autor: Miriam Hermes
Usina tem capacidade total de 1.050 megawatts
Usina tem capacidade total de 1.050 megawatts -

A vazão defluente do reservatório de Sobradinho, no rio São Francisco no extremo norte da Bahia, teve aumento, ontem, de uma média diária de 1.200 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 1.700 m³/s) e deverá chegar na quarta-feira (13) até 2.000 m³/s. 

A medida, confirmada pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), atende demanda do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e foi autorizada em reunião ordinária coordenada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) na semana passada.

A justificativa da ONS indica que a iniciativa tem relação com o processo de otimização energética envolvendo as diversas regiões do Sistema Interligado Nacional (SIN), segundo nota da Chesf, que alertou ainda a população ribeirinha para não ocupar as áreas de calha do rio, considerando que em situações emergenciais a usina tem capacidade de turbinar até 4.200 m³/s. 

Como resultado das chuvas que caíram em abundância na última temporada úmida em toda a bacia de captação do São Francisco, a barragem começou esta semana com um Volume Útil (V.U.) de 95,39%. 

Maior reservatório da região Semiárida do Brasil, Sobradinho é responsável por 58,23% da energia gerada pelo subsistema Nordeste. 

Com a participação das demais usinas, o São Francisco responde por 96,90% da energia oriunda de hidrelétricas da região. 

Conforme nota da Chesf, na mesma oportunidade da definição dos novos patamares de defluência para Sobradinho, “também ficou definido que a Usina Hidrelétrica (UHE) de Xingó deve permanecer no patamar ora praticado de vazões médias diárias de 1.100 m³/s, com possibilidade de elevação para até 1.600 m³/s, a depender do comportamento da geração eólica e das necessidades de atendimento SIN”.

Comitê acompanha

De acordo com o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Maciel Oliveira, a expectativa é que esta vazão não permaneça no atual patamar de forma regular, e deverá ser utilizada em determinados momentos, para atender a necessidade de geração de energia.

O comitê é uma das instituições que participam das reuniões da Sala de Situação da ANA, sobre as definições de vazões defluentes dos reservatórios, representando os interesses dos usuários para os múltiplos usos da água. 

“A previsão da ONS é chegar no próximo período úmido com 60% da capacidade de Sobradinho”, disse Oliveira, ressaltando que no momento não vê com preocupação a última alteração. No entanto, “o comitê está atento e se posiciona no sentido de pouparmos água para não termos problemas no futuro”.

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