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Santo Amaro faz festa para lembrar abolição

Publicado quarta-feira, 13 de maio de 2009 às 23:15 h | Atualizado em 13/05/2009, 23:51 | Autor: Cristina Santos Pita, da sucursal Santo Antônio

Santo Amaro da Purificação (a 72 km de Salvador), no Recôncavo baiano, está em evidência até domingo, com os festejos do Bembé do Mercado, em comemoração à Abolição da Escravatura. Em 2009, a festa completa 120 anos com uma rica programação cultural que vai além do Bemb,é com a participação de mais de 30 terreiros de candomblé, várias manifestações folclóricas, como o maculelê, a capoeira e o samba-de-roda.

Toda essa manifestação acontece no Mercado de Santo Amaro, sempre a partir das 18h. Nesta quarta, 13, abertura do evento, houve um debate, no qual foi abordada a importância do Bembé do Mercado, com a participação do cantor Caetano Veloso; Zulu Araújo, presidente da Fundação Palmares; a educadora Zilda Paim e a historiadora Ana Rita Araújo Machado, que pesquisa a manifestação do Bembé desde o seu surgimento no ano da Abolição da Escravidão no Brasil em 1889 até os dias atuais.

O Coral Miguel Lima, do qual Dona Canô fez parte, animou a noite cantando 13 de Maio, música de Caetano Veloso, do disco Noites do Norte, de 2000, além de J. Velloso que apresentou um pocket show com músicas de candomblé e “relevantes à situação social que a escravidão impõe até os dias de hoje”, segundo o próprio cantor.

Esse ano a matriarca dos Veloso apenas assistiu à abertura do Bembé. “Pela idade dela e por toda essa movimentação. Porém, no domingo, como é tradição, ela vai cortar o bolo para as oferendas”, salientou Rodrigo Veloso, coordenador de Cultura de Santo Amaro.

Homenagens – Os homenageados esse ano são o escultor e museólogo santoamarense Emanoel Araújo e as mães de santo mais antigas de Santo Amaro, além da sambista Dona Edith do Prato, que morreu em janeiro desse ano. A resistência em preservar a cultura afro e a sua forte identidade mostram a importância da festa, que integra o calendário turístico do Estado da Bahia.

A festa do Bembé surgiu para comemorar o fim da escravidão no Brasil, que foi oficialmente proibida no dia 13 de maio de 1888, data que a princesa Isabel promulgou a Lei Áurea. “É uma cerimônia de agradecimento feita pelos ex-escravos que permanece até hoje”, salientou a poetisa Mabel Veloso.

A entrega dos presentes ao mar, domingo, às 10 horas, marca o encerramento do tradicional Bembé do Mercado. O Bembé (corruptela de candomblé) é batido durante três noites seguidas, nos dias 13, 14 e 15 de maio. O 13 de maio em Santo Amaro é a única comemoração conhecida da abolição, em todo o Ppaís, além de ser o único candomblé de rua do mundo.

PROGRAMAÇÃO:

Quinta

19h – Márcio Valverde; 20h – Guda Monteiro; 21h – Festejos religiosos no barracão;

Sexta

18h – grupos folclóricos; 19h – Marcel; 20h – Ulisses Castro; 21h – Eduardo Alves; 

Sábado

10h – Seminário Desafios e perspectivas da comunidade negra no Brasil; 16h – A herança africana no Brasil, na arte, na cultura, na ciência; 19h – Junior Figueiredo; 20h – Preto e Amália; 21h – Festejos religiosos no barracão;

Domingo

10h – Saída do presente para Itapema

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