47% dos mais pobres querem jovens de volta ao trabalho com máscara | A TARDE
Atarde > Brasil

47% dos mais pobres querem jovens de volta ao trabalho com máscara

Publicado sábado, 18 de abril de 2020 às 13:39 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Rafael Barbosa | Poder360
A volta de pessoas mais jovens ao trabalho é uma medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro | Foto: Felipe Iruatã | Ag A TARDE
A volta de pessoas mais jovens ao trabalho é uma medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro | Foto: Felipe Iruatã | Ag A TARDE -

Pesquisa DataPoder360 indica que a população mais pobre está dividida sobre a política de quarentena adotada por Estados e municípios para tentar conter a expansão da covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Para 47% dos desempregados e pessoas sem renda fixa os mais jovens já podem voltar ao trabalho, desde que usando máscaras. Outros 46% dentro desse grupo demográfico acham que todos ainda devem ficar em casa.

>> Maioria dos baianos diz seguir isolamento

>> Pesquisa auxilia gestores ao revelar práticas

>> Para maioria, cresceu oferta de alimentos e remédios

>> Desempenho de Jair Bolsonaro é pior avaliado na capital

Na população total do Brasil, há uma vantagem a favor de que todos permanecem em suas residências: 49% contra 43% que dizem que os mais jovens devem retornar ao trabalho usando máscaras. Outros 7% não souberam ou não responderam.

Imagem ilustrativa da imagem 47% dos mais pobres querem jovens de volta ao trabalho com máscara
Arte: Poder360

A diferença é notável quando se compara esta faixa de pessoas mais afetadas pela crise causada pela pandemia com a faixa de pessoas que tem renda superior a 10 salários mínimos (equivalente a R$ 10.045). Nesse estrato, 82% entendem que o ideal ainda é que todos continuem confinados. Coincidentemente, são também os mais abastados os que dizem ter mais condições de permanecer em casa fazendo home office durante a atual crise.

A volta de pessoas mais jovens ao trabalho é uma medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro. Para ele, a paralisação da atividade econômica poderá causar alta taxa de desemprego, o que prejudicaria ainda mais do que o impacto da covid-19 na saúde dos cidadãos.

O militar quer o chamado isolamento vertical, em que apenas idosos e pessoas que tenham comorbidades fiquem isoladas.

A pesquisa foi realizada pelo DataPoder360, divisão de estudos estatísticos do Poder360, em uma parceria editorial do jornal digital Poder360 e o jornal A TARDE de Salvador (BA). O levantamento teve patrocínio da Associação Comercial da Bahia.

Foram feitos 2 levantamentos simultâneos –1 nacional e outro apenas no Estado da Bahia, ambos por meio de ligações para celulares e telefones fixos de 13 a 15 de abril. No levantamento nacional, foram entrevistadas 2.500 pessoas de 512 municípios nas 27 unidades da Federação. Na Bahia, foram entrevistadas 2.500 pessoas em 201 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Dentro da pesquisa realizada no Estado da Bahia, foi destacado o recorte de 800 pessoas residentes em Salvador. Para os números da capital, a margem de erro é de 3,5 pontos percentuais. Conheça mais sobre a metodologia lendo este texto.

Leia os relatórios completos dos resultados no Brasil (2MB), na Bahia (2MB) e em Salvador (2MB).

Distanciamento social

O levantamento traz indicativos de preocupação da população com os 2 aspectos da crise causada pela pandemia: a necessidade de medidas de isolamento e a piora nas condições econômicas.

A pesquisa mostra que 63% tiveram emprego ou renda afetados por causa do novo coronavírus. Os que afirmaram não ter tido prejuízo foram 31%.

Mesmo com esse quadro, a maior parte da população diz estar seguindo as recomendações de distanciamento social.

O levantamento do DataPoder360 indica que cerca de ⅓ dos brasileiros (32%) saiu de casa nas duas últimas semanas para trabalhar. Outros 65% não precisaram sair por esse motivo,

Já em relação à locomoção, a pesquisa mostra que só 24% dos entrevistados afirmaram que pegaram ônibus, metrô ou estiveram em lugares com muitas pessoas nas duas últimas semanas. Outros 72% não precisaram usar os meios de transporte nem estiveram em aglomerações.

Quando observado o grupo dos mais ricos, com renda maior que 10 salários mínimos (equivalente a R$ 10.450), o percentual dos que não se aglomeraram ou usaram os transportes citados é muito maior: 96%. Apenas 4% o fizeram.

O levantamento também indica que 8% dos brasileiros ou foram infectados ou conhecem alguém que contraiu a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Imagem ilustrativa da imagem 47% dos mais pobres querem jovens de volta ao trabalho com máscara
Arte: Poder360

Os entrevistados que tiveram sua rotina de trabalho afetada pelo novo vírus chegam a 40%. Esse número inclui as pessoas que começaram a fazer home office (trabalhar em casa).

Outros 46% disseram que o surto de coronavírus não influenciou suas rotinas de trabalho e 14% não souberam ou não quiseram responder.

Mídia

A pesquisa DataPoder360 também detalhou o consumo de informação em relação ao novo coronavírus.

Apenas 1% diz não estar acompanhado notícias relacionadas à covid-19. Outros 81% afirmaram acompanhar o assunto com muita frequência; 18% também, mas só de vez em quando.

Os que consomem informação relacionada ao vírus com mais frequência passam de 70% em todas as faixas de renda.

O destaque é para os mais ricos (que ganham acima de 10 salários mínimos): 92% acompanham o noticiário de forma intensa, enquanto 6% acompanham de vez em quando. Outros 1% não se informam sobre o assunto de nenhuma forma.

Publicações relacionadas