Brasil empobrece e vê aumento dos domicílios nas classes D e E
Índice aumentou de 48,7% para 51% na última década
Um levamento realizado pela consultoria Tendência constatou que o Brasil ficou mais pobre nos últimos dez anos.
De acordo com os dados, entre 2012 e 2022 a fatia de domicílios brasileiros que integra as classes D e E, que possuem renda mensal de até R$ 2,8 mil, aumentou de 48,7% para 51%, o que representa 37,7 milhões de domicílios em números absolutos.
"A crise do biênio 2015 e 2016 provocou efeitos negativos na mobilidade social. Houve a ampliação das classes D e E e o enxugamento da classe média", afirma Lucas Assis, economista da Tendências. "O quadro já não era tão favorável, e a pandemia ampliou ainda mais as desigualdades."
O levantamento revela a tendência do empobrecimento da classe trabalhadora do país já que mais de 30 milhões de pessoas, 34,4% do total de ocupados, tem renda mensal de até um salário mínimo, maior número desde 2012.
"As pessoas estão encontrando um mercado de trabalho diferente do que existia antes da pandemia. É um mercado em que muitas empresas faliram, quebraram. Grande parte das opções de emprego não existe mais", afirma Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e autor do levantamento.
"Muita gente entra no mercado como conta própria ou informalmente, e essas pessoas tendem a ter um rendimento mais baixo do que aquelas que trabalham com carteira", acrescenta.