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Comércio mundial de óleo do pau-rosa será monitorado

Publicado quinta-feira, 18 de março de 2010 às 10:57 h | Autor: Agência Estado

Uma proposta brasileira para incluir o pau-rosa na lista de produtos controlados pela Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites) foi aprovada ontem em Doha, no Catar, em uma conferência de 175 países. O pau-rosa é uma árvore da Amazônia ameaçada de extinção, cujo óleo é usado como essência na formulação de vários perfumes na Europa e nos Estados Unidos, entre eles o famoso Chanel N.º 5.

A espécie entrará para o Anexo 2 da convenção, o que significa que todos os processos de exportação e importação do óleo passarão a ser monitorados e certificados de acordo com padrões internacionais de sustentabilidade estabelecidos pela Cites. A proposta ainda precisa ser votada na plenária final da conferência, no dia 25.

Mas já foi aprovada em votação simbólica ontem, segundo o diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), José Humberto Chaves. "Foi uma votação unânime", disse ele, que faz parte da delegação brasileira em Doha. "A chance de (a proposta) não ser aprovada é praticamente nula."

O Brasil é o único produtor de óleo de pau-rosa. A exploração começou na década de 1920 e o produto chegou a ser o terceiro colocado na pauta de exportações da Amazônia, atrás da borracha e da castanha. Nos anos 1960, a produção chegou a 500 toneladas anuais, mas declinou com a chegada de uma versão sintética do linalol (principal substância aromática do pau-rosa) e da descoberta de outras espécies com essências semelhantes.

O que mais afetou a indústria, porém, não foi a concorrência comercial, mas o extermínio de sua matéria-prima. Para extrair o óleo essencial de pau-rosa é preciso derrubar a árvore, picotar seu tronco e fervê-lo numa caldeira, para que o óleo evapore com a água e condense - técnica chamada "arraste a vapor". Para obter 10 quilos de óleo, consome-se 1 tonelada de madeira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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