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Em 'avaliação de ministros', Guedes chama Marcos Pontes de astronauta burro

Publicado quarta-feira, 27 de outubro de 2021 às 08:50 h | Atualizado em 27/10/2021, 10:39 | Autor: Redação
O ministro da Economia fez desabafo em reunião fechada e citou incompetência na gestão do dinheiro público | Foto: Washington Costa/ME
O ministro da Economia fez desabafo em reunião fechada e citou incompetência na gestão do dinheiro público | Foto: Washington Costa/ME -

O ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião fechada com integrantes da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, disse nesta terça-feira, 26, que os colegas do próprio governo são incompetentes. Ele se referiu a Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) como burro, e disse que "às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui."

No encontro com a equipe que briga para ter de volta R$ 600 milhões de recursos retirados do ministério da área, Guedes afirmou que não falta dinheiro para o país, mas falta gestão. No local estavam deputados da base e de oposição.

Nesse contexto, Guedes afirmou que há muita incompetência na gestão do dinheiro público, que ministros não executam os recursos que estão disponíveis e deixam valores parados, sem utilização.

Especificamente sobre a Ciência e Tecnologia, o titular da Economia se referiu a todo tempo a Pontes sem citar seu nome, mas chamando-o de astronauta. Ele deu a entender que o colega de Esplanada vive no ‘espaço’ e não entende nada de gestão.

Guedes criticou a reclamação em questão, sobre o corte nos valores da pasta, dizendo que cerca de 50% da execução orçamentária até agora não foi feita. Ele se queixou das prioridades do ministério, afirmou que sempre defendeu o investimento em ciência, mas que o dinheiro foi parar em ‘foguetes’. Nesse momento, usou a palavra "burro" para classificar o gestor.

O ministro da Economia usou Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) como exemplo da boa utilização dos recursos públicos, afirmando que tudo que entra na pasta, logo sai para investimentos na área.

Além das críticas à Ciência e Tecnologia, Guedes também citou outros dois ministros como exemplos que já foram negativos de gestão. Um deles foi Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional).

Segundo versão contada pelo titular da Economia e relatada ao Painel da Folha de São Paulo, Jair Bolsonaro pediu no início do ano que arrumasse R$ 1 bilhão para a Infraestrutura. Depois de alguns estudos, Guedes declarou que decidiu que teria que tirar da pasta de Marinho.

Guedes atrelou a frustração do colega da Esplanada pelo corte a um problema de saúde que ele teve em seguida. De acordo com essa história, o ministro do Rio Grande do Norte pediu para tirar férias logo após perder os recursos e foi para a Bahia, onde teve um "piripaque" e teve que passar por uma cirurgia cardíaca.

Marinho fez uma cirurgia no coração em julho.

Outro exemplo citado como negativo foi o de Ônyx Lorenzoni (Trabalho).

Um parlamentar presente na reunião mencionou que Lorenzoni se preocupou em gastar dinheiro fazendo campinhos de futebol e campeonatos pelo país. Guedes concordou imediatamente, dizendo que era exatamente essa a questão, falando que havia distribuição de medalhas e de troféu [nos supostos campeonatos organizados], em vez de pensar em outras prioridades.

De acordo com relatos feitos ao Painel, Guedes mencionou que tentaram derrubá-lo recentemente [em meio à crise envolvendo o teto de gastos] e que a todo momento tentam culpá-lo pelos fracassos do governo. Nesse contexto, ele falou que "às vezes eu mesmo me pergunto o que estou fazendo aqui."

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