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'Gabinete do ódio' buscou sistema espião usado por ditaduras

Emissário ligado a Carlos Bolsonaro tentou negociar sistema durante viagem presidencial à Dubai

Publicado terça-feira, 18 de janeiro de 2022 às 10:05 h | Autor: Da Redação

Em viagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) a Dubai, em novembro do ano passado, um integrante do 'gabinete do ódio' negociou a compra do DarkMatter, tecnologia de espionagem utilizada pelos regimes sauditas e dos Emirados Árabes para monitorar e silenciar opositores. As informação são do UOL.

Desenvolvido, em sua maioria, por programadores israelenses egressos da Unidade 8200, força de hackers de elite vinculada ao exército de Israel, a DarkMatter, empresa responsável pela tecnologia espiã que leva o mesmo nome, foi abordada por um integrante do chamado 'gabinete do ódio' em uma feira aeroespacial conhecida como Dubai AirShow.

Com sede em Abu Dhabi, a empresa foi procurada por um emissário ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente. O interesse é conseguir a poderosa ferramenta espiã, para ser usada em ano eleitoral. Em 2022, o presidente Jair Bolsonaro tentará a reeleição e terá como principal adversário o ex-presidente Lula (PT). 

A DarkMatter surgiu nos Emirados Árabes Unidos como uma tentativa de prestar serviço ao governo local, que passou a monitorar jornalistas e defensores de direitos humanos, além de atores políticos. A ferramenta foi utilizada para hackear e espionar opositores das ditaduras árabes. 

Até mesmo o partido dos democratas americanos estão interessados na tecnologia. O senador on Wyden, presidente do Comitê de Inteligência, escreveu um documento ao governo de Joe Biden pedindo que a DarkMatter seja uma das empresas punidas pela Casa Branca por "permitir violações de direitos humanos por regimes autoritários". 

Segundo a correspondência, a DarkMatter "invadiu os dispositivos de ativistas de direitos humanos e jornalistas, inclusive americanos, em nome dos Emirados Árabes Unidos".

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