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Moradores queimam ônibus e estação após assassinato de criança

Publicado terça-feira, 29 de março de 2016 às 09:29 h | Atualizado em 19/11/2021, 07:25 | Autor: Constança Rezende e Roberta Pennafort | Estadão Conteúdo

Após ser atingido no peito por uma bala perdida na porta da casa dos avós, no Morro do Cajueiro, em Madureira, zona norte do Rio, Ryan Gabriel dos Santos, de 4 anos, morreu na segunda-feira, 28. O menino estava comemorando a Páscoa com a família quando foi baleado. Ele foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, onde morreu. Revoltados, moradores da favela incendiaram dois ônibus e uma estação do BRT (corredor exclusivo para ônibus), na tarde de segunda.

Cerca de cem moradores interditaram a Avenida Ministro Edgar Romero, a mais importante do bairro, nos dois sentidos. O clima ficou tenso. Lojistas decidiram fechar os estabelecimentos mais cedo. O Consórcio do BRT interrompeu o serviço do Transcarioca por medida de segurança. "Vândalos destruíram a Estação Otaviano e incendiaram a Estação Vila Queiroz e um ônibus articulado", disse em nota oficial.

A Transcarioca liga a Barra da Tijuca, na zona oeste, à Ilha do Governador, na zona norte. O outro ônibus queimado não pertencia ao sistema BRT. A Polícia Militar passou a tarde de plantão nos acessos ao Cajueiro.

Policiais lançaram bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes. Seis pessoas foram detidas com substâncias que teriam sido usadas para incendiar a estação e os ônibus.

Covardia

Ryan Gabriel morava no Morro da Mangueira, na zona norte, com a mãe, e passava os fins de semana no Cajueiro com o avô e a avó. Ele foi atingido enquanto brincava com amigos ao lado do portão da casa. "Meu neto estava na calçada com outras crianças quando começaram os tiros. De repente, ele caiu e, quando eu fui puxar, já estava alvejado no peito. Antes estava falando de ovo de Páscoa. É uma covardia danada", disse, chorando, o avô do menino, Milton do Amparo, de 48 anos, em entrevista à emissora GloboNews.

Bandidos de uma facção rival à que domina o Cajueiro, do Morro da Serrinha, teriam tentado uma invasão à favela às 16 horas, quando era grande o número de pessoas nas ruas. Uma adolescente de 17 anos foi baleada nas duas pernas e continua internada no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, zona oeste.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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