“Nunca peguei em uma arma”, diz MC Maneirinho após ser intimado pela polícia | A TARDE
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“Nunca peguei em uma arma”, diz MC Maneirinho após ser intimado pela polícia

Publicado quinta-feira, 29 de outubro de 2020 às 16:01 h | Atualizado em 29/10/2020, 16:07 | Autor: Da Redação
Quando questionado sobre as músicas que falam sobre drogas e crime, ele explicou que canta o que presencia no dia a dia do local onde mora | Foto: Reprodução
Quando questionado sobre as músicas que falam sobre drogas e crime, ele explicou que canta o que presencia no dia a dia do local onde mora | Foto: Reprodução -

O cantor MC Maneirinho, 25 anos, foi intimado pela polícia para depor sobre uma investigação que apura apologia ao crime. De acordo com informações do G1, o funkeiro disse que nunca esteve envolvido em atos ilícitos e seu trabalho consiste em fazer arte.

O artista já foi DJ e produtor do Bonde das Maravilhas. Trabalha com música desde 2009, mas estourou em 2013, com canções tocadas nas rádios. Segundo o veículo, ele produziu músicas como “Chefe é chefe, né pai” e “Saudade da minha ex”.

"Não sei do que se trata essa intimação, mas acho um absurdo ter que ir depor se não fiz nada de errado. Tudo que já cantei eu já vi ou vivi. Não sou envolvido com drogas, não sou fichado pela polícia. Escuto proibidão desde pequeno e nunca peguei em uma arma, nunca influenciou minha educação e nunca cometi crime por isso", afirmou o cantor ao G1.

Quando questionado sobre as músicas que falam sobre drogas e crime, ele explicou que canta o que presencia no dia a dia do local onde mora. MC Maneirinho é nascido e criado no Morro do Serrão, em Niterói.

"Assim como eu, outros artistas e todo MC funkeiro vai ter que falar da realidade em que vive, e, muitas vezes, o crime e as drogas estão no contexto em que vivemos. Não moramos em Copacabana, no Leblon, nossa realidade é outra", argumentou Maneirinho.

"A gente faz o que o Padilha e o Wagner Moura já fizeram, que é interpretar a realidade. Filmes e séries gravam em favelas, mostram armas, drogas e ganham prêmios. Mas quando isso é feito por nós, artistas moradores das comunidades, somos apontados como criminosos", acrescentou.

O artista disse que vai buscar entender o motivo de estar sendo chamado para depor, já que nunca se envolveu com o crime. "Vamos tentar entender por que estou sendo chamado para depor. Nunca segurei arma, nunca vendi droga, por que vou ficar de frente para um delegado? Hoje em dia, todas as plataformas de músicas têm classificação etária. Não posso ter acusado por apologia por estar com um microfone na mão, porque a gente não é bandido. A culpa de existir tráfico de drogas não é nossa. Existe a liberdade de expressão e eu faço música, faço arte", disse.

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