Blocos infantis Carnaval fazem ensaios para todo mundo assistir

O Carnaval de Salvador começa no dia 24. Quase 200 blocos e 2 milhões de pessoas estarão nas ruas, dançando ao som de bandas que ensaiaram o ano todo. Se quiser conhecer os preparativos para festa, convide seus pais para os ensaios de dois grupos baianos formados por crianças: o Cortejinho Afro e o Didá.



Didá



Todos os sábados, às 19h, no Pelourinho, a rua Gregório de Matos é tomada por uma batucada. É o ensaio com tambores das meninas e meninos da Didá, uma associação que dá aulas de música, dança, teatro, capoeira e reforço escolar para crianças e mulheres pobres. As apresentações durante o ano servem como treino para o Carnaval.



O bloco Didá desfila no sábado e na segunda-feira de Carnaval, com a banda formada só pelas mulheres adultas. Na segunda, crianças da banda infantil sobem no trio e animam milhares de pessoas que estão nas ruas. Nesse dia, meninos e meninas também podem participar do bloco, acompanhadas pelas mães.



Para sair com a Didá, troque 2 quilos de alimentos, dez latas de refrigerante (cheias ou vazias) e um produto de limpeza por uma fantasia.



Na segunda-feira, o bloco Didá sai às 12h, do Campo Grande em direção ao Pelourinho. Peça a seus pais para ligar para a Associação Educacional e Cultural Didá (tel. 71 3321-2042).



Luís Fenando Santos, 11, é um dos poucos meninos que fazem parte da Didá. Ele freqüenta a associação à noite. A aula que mais gosta de fazer é a de dança afro. “A professora é legal e a gente se mexe um bocado.”



Viviane dos Santos, 12, também é a da turma noturna e uma das cantoras da banda. Em Carnavais passados, ela subiu no trio para cantar com a banda Didá de adultos. “O Carnaval é um presente para mim, porque cai na data do meu aniversário. Eu fico feliz.”



Cortejinho Afro



Quer fazer um passeio diferente? Vá ao Pirajá, no parque São Bartolomeu, assistir ao ensaio da batucada pré-carnavalesca do Cortejinho Afro, a banda de tambores de 180 crianças que estudam e brincam nas oficinas do Instituto Oyá, de onde nasceu o Cortejo Afro que desfila nas ruas de Salvador na festa do Rei Momo.



“Oyᔠé um dos nomes como é conhecida Iansã, orixá do candomblé. O instituto é coordenado por dona Santinha, mãe-de-santo de 85 anos que tem um terreiro de candomblé em casa. Ela é mãe de verdade do artista plástico Antônio Pitta, que desenha as estampas de blocos famosos.



Só as crianças que estão matriculadas na escola participam dos ensaios, do desfile e dos jogos de futebol que Lazinho organiza com toda a meninada do bairro.



O ensaio ocorre aos sábados, às 15h. O Cortejinho Afro vai desfilar no próprio bairro na terça-feira de Carnaval, a partir das 14h. Tudo grátis. E o que é afro? “Significa África ou da cultura africana”, disse o integrante do Cortejinho Carlos Eduardo, 13, que está na 6ªsérie e que toca percussão.



Carlos contou que o primo lhe deu a idéia de tocar. “Ele tocava aqui, desistiu, aí eu resolvi continuar. Mas quando eu crescer pretendo ser arqueólogo e paleontólogo.” Já Fernanda dos Santos, 13, toca dobra e quer estudar música. Ela está na 6ªsérie e disse: “Mas o futuro só Deus sabe”.



Bloco Happy



O trio elétrico do bolco do Tio Paulinho é grande como nos blocos de adulto. Mas o percurso é ao contrário, sai de Ondina e chega na Barra, para evitar a subida da ladeira do Cristo. No Happy, a festa acontece na sexta e no sábado de Carnaval. No primeiro dia, as atrações são Tio Paulinho e a banda Happy, que toca axé. Cantigas de roda e músicas feitas para criança ganham o ritmo do carnaval.



Durante o percurso de duas horas, iniciado às 10 horas, todo mundo pode tomar banho de carro pipa, se maquiar e brincar com os palhaços. Nos blocos infantis ninguém sai sozinho. A presença do acompanhante é obrigatória. O abadá dos dois custa R$ 160,00. Tel. 71 3341-6152.



Algodão Doce



Todos os domingo tem também ensaio do bloco comandado por Carla Perez, a partir das 15h, no Rock in Rio Café (3461-0300). Os ingressos custam R$ 15 (pista) e R$ 25 (camarote).



O Algodão Doce desfila sábado e domingo, às 9h30, no Campo Grande, com Carla Perez e Banda Swing. O abadá custa R$ 220. Tel. 71 3379-2714.



Os outros blocos de criança são: