Imprensa unida
A missão de dar voz a todos os segmentos, sem exceção, envolvidos em contextos de interesse geral, tem sido exercida pela imprensa, como condição necessária para a democracia, sugerindo esta primordial característica o dever da apuração eficiente, com a identificação de culpados no episódio de violência contra jornalistas durante cobertura da ida de Jair Bolsonaro a Roma.
Caberia ao próprio chefe de Estado a primeira ordem no sentido de desvendar as circunstâncias nas quais supostos seguranças e policiais teriam arremetido, diante de microfones e câmeras, depois de tratamento interpretado como “hostil” por parte da maior autoridade do país.
Não se sabe o alcance da intimorata atitude, provavelmente insuflada pelo assédio de apoiadores do presidente, no entanto, a ocorrência ganha magnitude por ter sido localizada perto da embaixada brasileira, bem ao centro da capital da Itália, país cuja superação do regime fascista consumiu a vida de cidadãos, no limiar da Segunda Guerra, tendo capitulado Benito Mussolini.
Outro agravante é o fato de terem as agressões sido promovidas durante a realização de encontro mundial para tratar da sobrevivência do planeta, ocasionando o espanto de líderes das nações, pelo anacronismo e irregularidade, uma vez ter o processo civilizatório proscrito toda e qualquer ação inibidora da liberdade de imprensa.
Coube à Associação Nacional de Jornais e instituições de classe relacionadas aos profissionais de comunicação repudiar com “veemência e indignação” os fatos, considerando a “consequência dos ataques” aos direitos de acesso à notícia, garantidos pela Constituição à sociedade.