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300 milhões de toneladas: o desafio

Publicado segunda-feira, 14 de junho de 2021 às 08:33 h | Atualizado em 19/11/2021, 12:15 | Autor: José Luiz Tejon
Colheita do milho será menor | Foto: Divulgação
Colheita do milho será menor | Foto: Divulgação -

O 9º levantamento da safra de grãos 2020/21 será menor em cerca de 9 milhões de toneladas. A CONAB informou nesta semana passada que a previsão de 271 milhões de toneladas caiu para 262 milhões.

E a queda é no milho. Essa informação é muito ruim para tudo onde o milho participa ao longo da cadeia produtiva. Os criadores de animais, ovos, leite, ração e trará impactos na inflação. Além do Brasil os Estados Unidos também terão diminuição da colheita de milho em torno de 10 milhões de toneladas.

Na soja crescemos, serão 135 milhões de toneladas, somos os maiores do mundo, também teremos um pouco mais de trigo com previsão de 7 milhões de toneladas e nos demais grãos praticamente uma repetição de safras anteriores.

Então aí vem a pergunta: “não estaria na hora de um planejamento estratégico objetivando na safra 2021/22 objetivarmos a casa de 300 milhões de toneladas de grãos?”. Impossível eu ouço. Porém aprendi que sempre que alguém me diz ser algo impossível mais eu creio na sua total possibilidade.

Se considerarmos este período da pandemia como uma das maiores crises dos últimos 120 anos ao lado das duas guerras mundiais, da gripe espanhola e da crise econômica de 1929, deveríamos liderar este momento como num grande esforço de guerra.

Alimento passa a valer ouro no mundo, a demanda fica aquecida e podemos vender alimentos para o mundo em maior quantidade e além disso aumentar a segurança alimentar do povo brasileiro. Seriam 38 milhões de toneladas a mais além desta safra que colhemos agora. Mais milho, sorgo, trigo, arroz, feijão, culturas de inverno no sul do país, sem esquecer da nobre mandioca nacional.

Temos conhecimento agronômico para aumentar a produtividade onde já plantamos e o fazemos com deficiência, e temos cerca de 90 milhões de terras agricultáveis de pastagem degradada para a agricultura, sem necessidade de cortar uma árvore sequer.

O que faltaria? Planejamento, articulação de todos os ministérios, reunião das confederações nacionais empresariais, associações e cooperativas. Recursos de fundos, investimentos internacionais e nacionais, armazenagem, seguro, e a chave de tudo isso: liderança.

300 milhões de toneladas a meta de uma nova safra que traga riqueza e dignidade para o abastecimento interno do país. Não é impossível. Só depende de nós.

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