Agrishow termina com show de inovação
Um dos maiores eventos do mundo no setor debate novas formas de produção agrícola
Conversei com João Carlos Marchesan, presidente do conselho de administração da ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas, um dos líderes da Agrishow, que enfatizou o aspecto da inovação como sendo a marca maior presente neste que é considerado um dos maiores eventos do mundo no setor.
Além do fator inovação, Marchesan afirma que temos a mais competente dentre todas as indústrias de mecanização do mundo. Abordou que em meio à pandemia e às gigantescas mudanças de custos e de demanda, o setor de máquinas brasileiro atendeu e não deixou faltar. Me disse que o aço, insumo vital das máquinas, cresceu 180%, as complicações de suprimento de partes têm sido constantes mas aí está o show de mecanização para o agronegócio revelado nesta feira, após dois anos sem ser realizada.
A expectativa é de que atinja um total de vendas na casa de R$ 6 bilhões, o que seria o dobro da última Agrishow que chegou a cerca da metade desse montante.
O ministro Joaquim Leite, do Meio Ambiente, na Agrishow, também destacou o biometano como a nova energia e combustível fundamental para o país, incluindo a produção de biofertilizantes.
O programa metano zero já está divulgado pelo governo.
Uma das preocupações presentes no ambiente
da Agrishow é a relativa aos juros do crédito agrícola. O plano safra 2022/23 precisa receber verbas que compensem as elevadas taxas de juros, pois a médio prazo com o preço das commodities voltando a patamares históricos será inviável aos produtores cumprirem seus compromissos pagando o nível atual de juros de mercado.
João Marchesan, na apresentação feita ao presidente Jair Bolsonaro, sugeriu utilizar parte dos 30% de depósitos à vista nos bancos, diminuindo essa régua para 20%.
Ou seja: “temos caminhos sustentáveis para o crédito agrícola num momento onde necessitamos produzir muito mais, incluindo investimentos em irrigação e armazenagem estática, temas fundamentais com déficit perigoso no Brasil, significando potencial insegurança alimentar”, afirmou ele.