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CNA pede ajuda emergencial ao setor

Publicado segunda-feira, 31 de janeiro de 2022 às 06:00 h | Autor: José Luiz Tejon

A Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária pediu ao governo ações emergenciais para produtores rurais que perderam safras com as secas no sul, sudeste, centro oeste e com enchentes em Minas Gerais e Bahia. Ao Conselho Monetário Nacional, a CNA pede também uma linha de crédito especial do FNE - Fundo do Nordeste, para atender de forma específica a região nordestina com juros anuais de 2,50%.

Mas, uma encrenca nunca vem sozinha. Conversei com Marcelo Lopes, Presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, que me disse: “estamos enfrentando a pior crise da história suinícola no país. Hoje, nosso custo de produção para 1 kg de suíno está na casa de R$ 7,50, e não vendemos por mais de R$ 4,50“. Ou seja prejuízo de R$ 3,00 mínimo por quilo produzido nas granjas. 

Conversando com outros produtores do setor de proteína animal, como ovos, frangos e leite, a história se repete.  Os custos de produção duplicaram, e a razão principal está exatamente nos preços da soja e do milho e tudo isso agravado pela quebra nas lavouras de milho do sul, e numa perspectiva de quebra nacional da safra dos grãos. 

Além das ações da CNA, a ABCS também está pedindo ao governo, em reunião realizada semana passada com a Ministra da Agricultura Tereza Cristina, que os valores dos créditos pecuários sejam postergados pela impossibilidade, segundo Marcelo Lopes, de serem pagos, o que levaria milhares de pequenos e médios suinocultores independentes à falência. 

A história se repete nos ciclos críticos da agropecuária, um ano sofre o agricultor, no outro o processador e no outro o consumidor. O setor de alimentos no Brasil além de ser fundamental numa estratégia de segurança alimentar da população, ocupa posição crucial na economia e impactos no PIB nacional. No agronegócio, não existem incertezas inesperadas, existem certezas esperadas mal administradas.

Carecemos urgentemente de um planejamento estratégico de produção, armazenagem, irrigação, seguro, crédito vinculado ao uso da ciência e tecnologia disponíveis, inclusão de milhões de produtores brasileiros ainda longe dos negócios através cooperativas, e de acordos e contratos entre a indústria, o comércio, os serviços com agricultores e pecuaristas. 

Isso é tradução de agronegócio na sua essência: gestão das cadeias produtivas, o IPA Instituto Pensar Agro será importantíssimo nessa orquestração. 

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