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Guerra na Europa, riscos no Brasil

Publicado segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022 às 06:00 h | Autor: José Luiz Tejon | [email protected]
Cotação da soja já disparou em Chicago (EUA) em mais de 70 pontos
Cotação da soja já disparou em Chicago (EUA) em mais de 70 pontos -

Conversando com dirigentes de tradings da Europa a resposta deles é uma só: quem tiver produção e alimentos para vender ótimo. Sofrível quem precisar comprar. 

A  Ucrânia é grande no mundo do agronegócio e o maior país com terra agricultável da Europa, e férteis. Primeiro exportador de óleo de girassol do mundo. Segundo maior produtor de cevada do planeta. Terceiro maior produtor de milho. Quarto maior de batatas. Só de trigo são mais de 17 milhões de toneladas. E além disso minérios, titânio, urânio, fertilizantes.

Portanto falamos de uma região no leste europeu com a maior perspectiva de contínuo crescimento no agronegócio mundial e alvo de  interesses de todas as grandes companhias.

O início da guerra já impactou o preço do petróleo, ouro, já fez subir em mais 17% o preço do trigo, a soja já disparou em Chicago, mais de 70 pontos ultrapassando US$ 17 por bushel. E da mesma maneira aumenta o preço do óleo e do farelo, do algodão vai aumentar tudo.

Que pena que não fizemos um plano estratégico emergencial desde fevereiro de 2020 para incorporar milhões de ha de terras degradadas que temos no país, agricultáveis sem arrancar uma árvore, além de outros milhões de agricultores que estão fora do mercado, que ótimo se tivéssemos 300 milhões de ton de grãos e auto-suficiência no trigo como a Abitrigo tanto defende.

Não creio na possibilidade desse conflito durar muito. Os interesses econômicos são gigantescos dentre todos os envolvidos, e a China hoje com o 2º maior PIB do mundo tem o pêndulo na sua mão. Irá atuar para acomodar a situação da Ucrânia com a Rússia e deixar a porta diplomática aberta para a questão de Taiwan.

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