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Resenha rubro-negra - Agora é se firmar

Publicado sexta-feira, 19 de março de 2021 às 08:00 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]
Rodrigo sabe que há um longo caminho a ser percorrido até encaixar o time que deseja | Foto: Pietro Carpi | ECVitória
Rodrigo sabe que há um longo caminho a ser percorrido até encaixar o time que deseja | Foto: Pietro Carpi | ECVitória -

Ah, o Ba-Vi. Sempre especial. Até mesmo quando estamos atravessando, enquanto sociedade, um dos momentos mais difíceis da nossa história. Como já deixei claro em colunas anteriores, sou a favor da paralisação do futebol nesse período de agravamento extremo da pandemia. Mas confesso pra você: enquanto a bola rolava no Barradão no último domingo, meu pensamento se afastou momentaneamente dessa posição e do sofrimento geral provocado pelo letal Covid-19.

Tive mais uma prova do quanto este jogo é capaz de afastar da realidade quem tanto o aprecia. Me resta agradecer ao Ba-Vi pelas duas horas de respiro em meio ao caos. E olhe que passou longe de ser aquele jogão. Pra ser sincero, bem meeiro, pra não dizer ruim mesmo. Apesar dos raros momentos de emoção, se mostrou surpreendente. Com apetite e organização, a juventude rubro-negra desbancou, com merecimento, a pompa de favoritismo do experiente time do Bahia.

Uma tarde para fazer a garotada ganhar moral. Não só isso. Para passar a ser vista, aos olhos da torcida, como uma realidade e não mera aposta. Todos os presentes mostraram que podem, ao menos, participar deste momento de reconstrução do Vitória. Mas, pés no chão, como o próprio técnico Rodrigo Chagas fez questão de frisar em meio a satisfação da sua primeira vitória em clássicos como treinador profissional.

Uma pena essa realização não ter sido vivenciada com o fervor da torcida, que também, de forma inédita, esteve impedida pela primeira vez na história de marcar presença em um Ba-Vi. Voltemos as análises. Rodrigo sabe que há um longo caminho a ser percorrido até encaixar o time que deseja. E para isso, precisa naturalmente observar na prática o elenco que tem em mãos. Estratégia essa seguida à risca na última quarta contra o sub-23 do Bahia, em Pituaçu, dessa vez pelo Baiano.

Ao todo, sete mudanças entre os titulares. Oportunidade para ver, por exemplo, Walter, que desperta grande expectativa entre os rubro-negros. Em seus primeiros 45 minutos com a camisa do Vitória, pouco temos a destacar. Tímida também foi a participação do atacante Alisson Farias, que estreou na temporada após um período intensivo de trabalho físico, como precaução as recorrentes lesões do ano passado. E pra completar o trio discreto, o lateral-esquerdo Roberto, recém-chegado após conquistar o acesso a Série A com a Chapecoense.

Ao decorrer da partida, cinco mudanças, que no âmbito da qualidade de jogo, nada agregou. Um esperado desencaixe que por pouco não culminou em derrota. Se venceu o rival pela Copa do Nordeste muito pela organização, o rubro-negro escapou de perder na quarta ao se mostrar vulnerável em alguns momentos, como no incrível gol perdido pelo atacante Gustavo, já depois de ter deixado pra trás o goleiro Lucas Arcanjo, mais uma vez seguro.

Pra trás também ficaram os clássicos. Amanhã já é outra história. De Salvador para São Luís, do Baiano para o Nordestão, o rubro-negro encara o Sampaio Corrêa, que curiosamente acabou sendo eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Rio Branco-ES, adversário do Leão na segunda fase do mata-mata nacional. É de se esperar um time semelhante ao do primeiro Ba-Vi, que de elogiado agora precisa de sequência de bons jogos e resultados para se firmar.

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