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Resenha rubro-negra - Cada vez mais difícil

Publicado sexta-feira, 01 de outubro de 2021 às 06:02 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]

Sem exagero nenhum, já podemos dizer que a situação do Vitória é dramática na Série B. O empate com o Botafogo fez a situação piorar ainda mais, afinal, a equipe ficou três pontos atrás do primeiro time fora da zona de rebaixamento, hoje o Brusque, com 29 pontos. O jogo equilibrado com o vice-líder, assim como havia sido com o líder, Coritiba (este há duas rodadas), não foram desastrosos do ponto de vista técnico, mas aprofundaram uma agonia de um time que não encontra forças para reagir, mesmo no Barradão. 

Antes de entrar em campo na quarta, o Leão sabia que precisava somar ao menos mais 20 pontos em 36 para chegar aos sempre mágicos 45 pontos, que geralmente evitam o rebaixamento. Com apenas um ponto somado diante do Botafogo, agora são necessários 19 em 33 possíveis, o que seria exigiria um aproveitamento de 57%, bem distante dos 32% obtidos pela equipe passadas 27 rodadas.

Fica muito difícil acreditar num cenário tão otimista para uma equipe com grandes “dificuldades técnicas, táticas e emocionais”, como bem declarou, após o último jogo, mais uma vez de forma sincera, Wagner Lopes. Na tentativa de tirar leite de pedra, o técnico, que esta semana completou 40 dias no comando rubro-negro, vem mexendo bastante na equipe em busca de uma solução. Na quarta, fora as duas alterações forçadas, devido às suspensões de Fernando Neto e Marcinho, fez mais três por opção técnica.

Acumulando lesões desde que chegou, Raul Prata pouco acrescentou na lateral direita. Manoel, recém-contratado junto ao Altos, até teve duas boas oportunidades de cabeça. Aqui cabe até um clássico clichê boleiro: num time que precisa tanto ganhar, não se pode perder gols como esses. Outra novidade na equipe, o lateral Renan Luís, que chegou do Figueirense, até mostrou bons momentos em campo. Difícil saber se os três serão titulares amanhã, contra o Goiás, já que Wagner Lopes deixou a entender, nas entrelinhas, que seguirá buscando alternativas para o time, enfim vencer, algo que não acontece há cinco rodadas.

Aliados à péssima posição na tabela, os três empates e duas derrotas nas últimas cinco rodadas fizeram também o Vitória perder proximidade com  equipes que estão  próximas da zona de rebaixamento.  Ponte Preta e Cruzeiro, 14º e 15º colocados, respectivamente,  já estâo seis pontos a frente. Este é um cenário que obriga o Vitória a superar suas imensas dificuldades e aproveitar a instabilidade do Goiás, que, apesar de estar na cola do G-4, perdeu os últimos três jogos.  Além de bola, a parte mental forte, como pontuou Wagner Lopes, será fundamental nesta árdua missão de um time que só conquistou 25% dos pontos como visitante.

A diretoria até tentou motivar os jogadores, ao pagar os salários atrasados da carteira. Segue em atraso o direito de imagem, que na grande maioria das vezes é a parte principal dos salários dos atletas. Quanto a esta quitação, sem previsões. Atentar a esta regularização é essencial para a diretoria, uma vez que os problemas financeiros são empecilho a mais para um elenco que tenta evitar o vexame do rebaixamento à Série C. Essa não é uma visão apenas minha. O próprio Raul Prata e o técnico Wagner Lopes, falaram a respeito de forma pública em entrevistas recentes.

Com essa bomba financeira para resolver, a diretoria, agora sob o comando do presidente em exercício Luis Henrique Viana, se movimentou para tentar dar opções a Wagner Lopes. Além dos já citados Manoel e Renan Luís, o clube anunciou a contratação do atacante Fabinho, atleta formado na base do São Paulo e que estava na Chapecoense este ano – fez 28 jogos, com dois marcados. Com o prazo final de inscrição de jogadores encerrado ontem, o atacante, que pode atuar na beirada ou como centroavante, foi a última contratação do Vitória em mais esta sofrível Série B. Agora é tentar se salvar com o que tem, algo que pouco passa confiança aos rubro-negros.

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