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Resenha rubro-negra - Um longo caminho pela frente

Publicado sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022 às 06:00 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]
Lucas Arcanjo é, sem dúvidas, o resgate da escola de bons goleiros revelados pelo Vitória
Lucas Arcanjo é, sem dúvidas, o resgate da escola de bons goleiros revelados pelo Vitória -

Tempo e paciência. Pelo que estamos vendo neste início de temporada, essas são palavras  que se encaixam bem no atual panorama do Vitória, ao meu ver, ainda bem longe de ter um time para atravessar a Série C sem sustos. Não que eu seja exigente. Mas um time que não ver a cor da bola – palavras essas do próprio Dado Cavalcanti, contra o lanterna do campeonato Baiano, por mais que vença a partida, está distante de assumir o protagonismo que lhe cabe como um dos favoritos da competição.  

Essa é a sensação que ficou após o importante 1x0 rubro-negro no último domingo, no Lomanto Júnior. Coube a Lucas Arcanjo garantir uma vitória que, ao menos, passa tranquilidade para o time buscar melhorar sem a pressão de estar fora do G-4 do estadual. Mesmo com folga neste final de semana, o Leão tem a certeza que enfrentará o Atlético de Alagoinhas, dia 26, entre os quatro primeiros.  

Com tempo de sobra para encorpar a equipe, Dado Cavalcanti sabe bem que terá um bom teste pela frente. Dividido entre a Copa do Nordeste e o estadual, o Carcará está beirando o posto dos times que se classificam à próxima fase nas duas competições. Não custa lembrar que venceu o Bahia por 2x1 no Nordestão. Este é um indício que o Vitória terá que avançar bastante nessas duas semanas sem jogos caso queira vencer e se estabelecer de vez entre os quatro primeiros.  

Pelo menos essa é uma expectativa que o Vitória, dessa vez, buscará concretizar, bem diferente da que ficou após o Ba-Vi, quando deixou uma boa impressão e esteve perto da vitória no clássico. “Criamos uma expectativa grande de que poderíamos vir aqui e passar por cima do adversário, e não fizemos”, resumiu bem Dado Cavalcanti após a vitória em conquista, que veio após uma cobrança de pênalti de Jadson ainda no primeiro tempo.  

Apesar de ter desencantado, o camisa 10 acabou substituído no início do segundo tempo por opção tática. Não só ele, mas o time em si, estava completamente envolvido pelo Bode. Volto a boa partida de Luscas Arcanjo, um garoto que virou realidade no gol do Vitória. As difíceis defesas contra o Conquista se somam a outras tantas. Bom com as mãos, o goleiro faz a diferença também com os pés. Lucas é, sem dúvidas, o resgate da escola de bons goleiros revelados pelo Vitória. 

Com personalidade, não se intimida também fora de campo, diante da iminente busca da diretoria por um goleiro mais experiente para a Série C. Questionado sobre o possível retorno de Wilson, não titubeou: “Meu foco total é continuar defendendo a número 1 do Vitória. Se tiver que trazer um goleiro ou não, aí é com a diretoria”, respondeu, ciente que tem feito bem a sua parte. Ao torcedor mais crítico, é difícil de esquecer duas falhas cruciais de Aracanjo no ano passado, diante do Botafogo-PB, na pré-Copa do Nordeste, e contra o CRB, na penúltima rodada da Série B.  Mas, no futebol como na vida, falhar faz parte do processo de crescimento. E como Lucas tem crescido.  

Esse é o desejo de torcedores também para o restante da equipe. Mas como coloquei lá no início do texto, este é uma caminhada que exige tempo e paciência, algo que os rubro-negros também precisam ter para rever  Tréllez com a camisa 22 do Vitória. Contratado para ser o camisa 9 do Leão na Série C, o colombiano já chegou a Salvador, mas está longe de estrear. Além do Vitória resolver as pendências financeiras que o impede de registrar novos atletas, o atacante precisa de cerca de um mês para chegar a forma física ideal para jogar. Há um longo caminho pela frente.   

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