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Resenha rubro-negra: Fio de esperança

Publicado sexta-feira, 15 de outubro de 2021 às 06:30 h | Autor: Angelo Paz | Jornalista | [email protected]

Em uma semana, o sentimento passou de tristeza profunda para um lapso de esperança por uma ainda muito complicada salvação do rebaixamento à Série C. Perder em casa para o vice-lanterna Confiança abateu não só o torcedor, como também os jogadores, representados pelo capitão Wallace na saída de campo. “Não tem o que falar. Sensação é de desânimo. Mostra mais uma vez nossa incompetência. Agora é ver o que vai acontecer durante o campeonato e tentar deixar um fio de esperança para o torcedor”, desabafou com a tradicional sinceridade de um jogador-torcedor.

O fio de esperança não tardou. Sim, o Vitória, que só havia vencido um dos 14 jogos fora de casa, descolou um gude-preso para cima do Sampaio Corrêa, quarta, em São Luís. Até a sorte ajudou, como ficou perceptível no desvio da bola na barreira na feliz falta cobrada pelo garoto Eduardo. Veio o alívio de vencer após sete jogos e o apito final no Castelão trouxe bem mais do que isso: um motivo para acreditar que se salvar é possível. Fácil não é. Afinal, restando agora oito jogos, são necessárias cinco vitórias e um empate para chegar aos sonhados 45 pontos.

E como a parte psicológica é ainda mais essencial nesses capítulos finais de Série B, receber como presente tropeços dos rivais na luta contra o descenso certamente dará aquele ânimo extra nesta batalha inglória pra escapar. Hoje e amanhã, enquanto se preparam para encarar o Itabaiana, na terça, pela pré-Copa do Nordeste, os jogadores estarão secando Brusque e Londrina, 17º e 18º colocados, respectivamente, que jogam no complemento da 30º rodada.

Detalhe que, mesmo em caso de derrota de ambos, o Vitória ainda assim não teria condições de sair da zona de rebaixamento vencendo o lanterninha Brasil de Pelotas, no outro sábado. Mas como o que importa, de fato, é a classificação ao final das 38 rodadas, cabe ao time comandado por Wagner Lopes pensar passo a passo.  E o que tem pra hoje, como bem diz um entre tantos jargões populares de Salvador, é não deixar escapar os três pontos contra um último colocado, que, bom que se diga, não está entregue. Não custa lembra que bateu o Operário por 1 a 0 no início da atual rodada.

E o Vitória terá a chance de chegar embalado para esta final, já que terá outra na próxima terça. Em jogo único válido pela segunda fase do pré-Nordestão 2022, precisa vencer os sergipanos para chegar à terceira fase, que define, em partidas de ida e volta, os dois últimos classificados para a Copa do Nordeste. Perrengue inédito provocado pela incompetência no Campeonato Baiano, no qual o Vitória sequer avançou às semifinais.

Voltemos ao presente, que tem coisa boa além da vitória no Maranhão. Na terça, parte da torcida rubro-negra poderá voltar a sentir o gostinho de Barradão após um ano e sete meses de pandemia. Isso mesmo, o último jogo do Leão com público em casa foi no distante 15 de março do ano passado, na goleada de 4 a 1 sobre o River, pela mesma Copa do Nordeste que me referi tantas vezes neste texto.

Com 30% da capacidade liberada, que essa diminuta, porém contagiante energia vinda da arquibancada, possa guiar um time que tem a responsabilidade, no momento, de renovar as esperanças por dias melhores na Toca do Leão.

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