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Do marco do saneamento agora vai? É muito bom para acreditar

Publicado quinta-feira, 25 de junho de 2020 às 07:37 h | Atualizado em 25/06/2020, 07:41 | Autor: Levi Vasconcelos
Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE | Ilustrativa
Foto: Uendel Galter | Ag. A TARDE | Ilustrativa -

Até parece que nos tempos modernos virou parte da paisagem das cidades brasileiras ter um ex-rio que corta o miolo do núcleo urbano e virou esgoto a céu aberto. Ou, nas áreas litorâneas, algumas festejadas, o caldo é despejado nas praias.

Não tem como acabar com isso? Estudos do Serviço Nacional de Informações de Saneamento (SNIS) do Ministério do Desenvolvimento Regional mostram que 98% dos brasileiros têm a coleta de esgoto, mas só 43% são tratados.

Enfim, o Senado vota o Marco Regulatório do Saneamento Básico, em pauta desde julho de 2018, um auspicioso projeto que pretende botar esgoto no Brasil de cabo a rabo até 2033, ao custo de R$ 700 bilhões.

POLÊMICA — O deputado baiano Afonso Florence (PT) é contra as mudanças. Diz que a nova lei vai quebrar o sistema público já instalado e não vai resolver o problema. O advogado Wladimir Antonio Ribeiro, uma das maiores autoridades do Brasil em saneamento, diz que o projeto define três focos, água e esgoto, manejo de resíduos sólidos e manejo de águas pluviais urbanas.

Ele aponta que o projeto tem pontos confusos, que podem suscitar muitas ações judiciais, mas cita que o positivo é abrir as portas do setor para a iniciativa privada, que hoje tem apenas 6%. O poder público, estadual ou municipal.

A questão: será que agora vai. Tomara que sim, como está é que não dá para ficar.

Cocá, Jequié, a crise e o resto

Líder nas pesquisas em Jequié, o deputado Zé Cocá (PP), fez uma livre com o seu colega de partido, Hassan Youssef, o vice prefeito (o que semana passada subiu e caiu em questão de horas), quando disse que ‘Jequié vive o pior momento de sua história com a falta de políticas públicas e terrível desequilíbrio das contas’.

Pois é. Que sirva de alerta para os novos prefeitos: vão herdar os estragos da pandemia e possíveis desatinos.

O assédio que balança Feira

Normalmente comedido, cauteloso até para demitir ineficientes, Colbert Martins (MDB), prefeito de Feira de Santana, soltou a caneta e exonerou o procurador geral do município Ícaro Ivvin, o que ainda passa pela Câmara.

O motivo é que são elas. Ele é acusado de assédio sexual contra uma funcionária da Secretaria de Desenvolvimento (Sedeso). Na polícia ele admitiu que houve o ato na Sedeso, mas consensual. Ela diz que foi forçada.

PCdoB casa com o PP

A aliança entre o PCdoB da deputada Olívia Santana e o PP do deputado Niltinho (leia-se João Leão) para as eleições deste ano em Salvador sinaliza em duas vertentes:

1—A estratégia de Rui Costa antes da pandemia, a de lançar três correntes, do grupo, está preservada.

2—O PCdoB, que em 2016 teve como candidata a deputada Alice Portugal como apoio do PT, se descola do partido, um aliado histórico, nos quatro cantos da Bahia.

Anízio Lima, mais um de boa história que se vai

Em abril de 1964, nos primórdios do golpe militar, o Exército cercou toda São Francisco do Conde, o município da Refinaria Landulpho Alves. Alvo: pegar Anízio Araújo de Lima, petroleiro, comunista e agitador, que segundo o que disseram, estava em casa armado até os dentes, com um verdadeiro arsenal.

O Exército chegou na casa dele, o prendeu, só encontrou o pai de 90 anos, a mãe e 14 irmãos. Anízio, que era vereador, foi cassado, preso, perdeu os direitos políticos e foi expulso da Petrobras.

Só em 1980 ele foi reintegrado à Petrobras e se aposentou. E também voltou a tomar posse, simbolicamente, como vereador. O personagem dessa história ontem nos deixou, aos 96 anos. Era figura respeitadíssima.

REGISTROS

Eleições em pauta 1 - O Coptrel (Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais) vai fazer segunda que vem o seu 1º Encontro Virtual. A pauta é óbvia, eleições em tempos de pandemia. A justiça ainda não definiu questões como os procedimentos para o ato devotar e também como fazer convenções onde não tem internet.

Eleições em pauta 2 - E por falar em justiça eleitoral, o desembargador Jatahy Fonseca, presidente do TRE baiano, diz ter recebido de bom grado a notícia de que o ministro Luis Barroso, presidente do TSE, disponibilizou uma sala só para interagir com os TREs.

Roteiro internacional - Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), vai presidir de Salvador, de segunda a quinta que vem, o Conselho Consultivo do Fundo Comum de Commodities (CFC) da ONU, que ele integra desde 2017. Em pauta, projetos de vários países.

O rombo do forró - Um levantamento feito pela Folha de São Paulo diz que o cancelamento das festas de São João deu um tombo de R$ 1 bilhão no Nordeste. Só a Bahia, R$ 550 milhões.

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