Kirimurê, apesar dos pesares, vai indo bem diz Eduardo Topázio | A TARDE
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Kirimurê, apesar dos pesares, vai indo bem diz Eduardo Topázio

Publicado domingo, 31 de outubro de 2021 às 06:03 h | Autor: [email protected]
BTS, o palco e cenário maior da colonização portuguesa | Foto: Uendel Galter| Ag A TARDE | 28.10.2021
BTS, o palco e cenário maior da colonização portuguesa | Foto: Uendel Galter| Ag A TARDE | 28.10.2021 -

Esse marzão que adorna Salvador, chamado pelos índios de Kirimurê, ou Grande Mar na tradução, rebatizado pelos portugueses como Baía de Todos-os-Santos, completa amanhã 520 anos desde que os novos donos se apossaram.

Ou melhor, que foi dado o start para ela como palco e cenário da colonização que configurou o Brasil como ele é, especialmente na cultura. Foi em 1º de novembro de 1501 que o português Gaspar Lemos e o espanhol Américo Vespúcio aqui chegaram.

Pra melhor — Amanhã é dia de Todos os Santos e completam-se 520 anos dessa chegada de Gaspar de Lemos e Américo Vespúcio, daí o nome da Baía. Demos sorte, segundo o historiador Ricardo Carvalho. Diz ele que se os marinheiros atrasassem um pouquinho, provavelmente teríamos a Baía de Finados.

E afinal, 520 anos depois de tantas explorações e agressões, a quantas anda a nossa BTS?

Eduardo Topázio, biólogo, diretor de Recursos Hídricos e Monitoramento Ambiental do Inema, um particular apaixonado pela BTS, diz que ela vai bem, com ressalvas.

— Ela se beneficiou muito com a redução das atividades econômicas nas suas bordas, a indústria que poluía, o que ainda deixou alguns resíduos contagiantes como o chumbo. Tem a questão do saneamento, um problema, e o tráfico de navios, que traz espécies exóticas. Mas eu diria que com tudo isso ela ainda é mais para cima.

O bom sinal das cracas

As cracas, aquela ostrinha que gruda nos cascos dos barcos e acaba acumulando, obrigando as embarcações a irem periodicamente ao estaleiro, apoquenta a vida dos donos, mas segundo pescadores de Vera Cruz, na ilha de Itaparica, é bom sinal, de vida. E apontam a solução: o estaleiro.

Uma questão de tamanho

Com 1.233 km2, a BTS é a segunda maior do mundo, só perde para a de Bengala, no Oceano Índico, que tem mais de 2 mil km. Prefeitos do entorno dizem que o foco do momento é a limpeza ambiental plena, com saneamento básico, para ampliar a chance de acerto na aposta turística.

Na Ribeira, um seminário

O Observatório Baía de Todos-os-Santos, uma ong que fixa  o olhar sobre nossas águas, realiza amanhã um seminário (Av. Beira Mar 303)   para marcar os 520 anos da chegada dos portugueses na BTS. O piloto é Moysés Cafezeiro, o presidente do Observatório.

Ruy Barbosa, a agenda do centenário está pronta

A Comissão de 13 entidades, presidida pelo jurista e também vereador Edvaldo Brito (PSD), para rememorar o centenário da morte de Ruy Barbosa, em 1º de março de 2023, vai reunir a imprensa em coletiva sexta (10h) na ABI, para divulgar a agenda de ações e eventos para marcar a passagem da data.

A comissão, também integrada pelo presidente da ABI, Ernesto Marques, e o desembargador Lidivaldo Brito, do TJ-Ba, traçou o roteiro.

POLÍTICA COM VATAPÁ

Salgando a mãe

Santa Cruz de Cabrália, a terra da Primeira Missa no Brasil. Lá, Geraldo Sacaramussa foi prefeito duas vezes (de 1997 a 2004) e criou uma marca singular: riscou a palavra ‘não’ do dicionário. ‘Eu não sei dizer não a ninguém’, explica ele.

Não dizer ‘não’ não quer dizer que o ‘sim’ é garantido. Atende na hora se puder, ou promete para mais adiante, ou dá uma parte se o pleito for financeiro. Estava no mandato de prefeito, reunido com auxiliares, quando um cidadão o interrompeu:

— Sêo Geraldo, me desculpe incomodá-lo, mas é uma emergência. Minha sogra faleceu e estou sem dinheiro para o funeral. Eu queria que o Sr. me emprestasse R$ 350, assim que eu puder, lhe pago.

—  Me procure daqui a uma semana, amigo.

O cidadão parou, olhou Geraldo, falou:

—Então me consiga R$ 5.

Geraldo espantou-se:

— Mas rapaz, como é que você me pede R$ 350 para fazer o funeral da sogra e agora quer R$ 5?

—  É para eu comprar sal. Vou salgar ela até o Sr. arranjar os R$ 350.

Até hoje o caso rola por lá.

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