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No jornalismo, o ‘sincericídio’ é o mesmo que gol contra no futebol

Bom jornalismo busca a verdade para saber com clareza em que terreno está pisando

Publicado domingo, 10 de julho de 2022 às 05:30 h | Autor: Levi Vasconcelos
Divulgação do caso de Kara Castanho foi um "gol contra" no aspecto jornalístico
Divulgação do caso de Kara Castanho foi um "gol contra" no aspecto jornalístico -

Marcus Vinicius, aluno de comunicação da FTC, pergunta: o que dizer do site Metrópoles,que em matéria assinada pelo jornalista Leo Dias, divulgou o caso da atriz Klara Castonho, grávida em consequência de um estupro?

Simples, amigo. Pisou na bola ou fez um golaço, mas contra. O próprio site pediu desculpas e classificou o episódio de ‘mau jornalismo’. E com toda razão. 

É o tal do sincericídio, um neologismo que mistura sinceridade e ‘cídio’, algo ligado a morte. Ou noutras palavras, uma verdade inconveniente, que faz mal.

E perguntaria você: não se diz que bom jornalismo é aquele que fala a verdade? Bom jornalismo busca a verdade para saber com clareza em que terreno está pisando, mas convém lembrar que o norte, a doutrina da boa comunicação, é focar essencialmente no interesse público, assim de quaisquer outro.

Na Facom —O termo sincericídio é novo, mas o desvio de conduta ao expor verdades inconvenientes sempre foi motivo de debates acadêmicos.

Lembro que na nossa velha Facom, a Faculdade de Comunicação da UFBa, lá um dia, numa aula sobre o assunto de repente o velho mestre Antonio Loureiro instigou a turma:

— Vocês que são candidatos a se tornarem grandes jornalistas, e certamente serão, me digam uma coisa: qual seria o comportamento de um bom jornalista se ele ou alguém próximo dele acertasse sozinho na Loteria Esportiva?

A sala em silêncio total, mais de dois minutos, o velho Loureiro soltou a voz:

— Perfeito, meus filhos! Isso mesmo, bico calado! Quanto mais abafar o caso mais competentes vocês serão. 

Viu Marcus? A única serventia de divulgar tais é chamar bandidos para si.

Bonfim aposta em Jerônimo

O deputado Vítor Bonfim, que saiu do PL quando Bolsonaro entrou e foi para o PV, acha que o jogo da disputa baiana vai se definir principalmente na campanha no rádio e tevê, que começa em 16 de agosto.

— Tem Lula para influenciar a favor de Jerônimo, mas tem também Rui Costa, com altos índices de aprovação. É aí que vamos ver.

Tum lamenta CPI da Coelba

Embora apoiando Jerônimo, em conexão com Isaac Carvalho (PT), ex-prefeito de Juazeiro, o deputado Tum (Avante), que vai tentar um mandato de federal este ano, não engole a não instalação da CPI da Coelba por ele proposta.

— A CPI não aconteceu porque Rosemberg (líder da bancada governista, do PT) não quis. Não faço nenhum segredo sobre isso.

Sites oficiais estão fora do ar

Sites oficiais como o da Assembleia Legislativa da Bahia estão fora do ar sob o argumento de que cumprem a legislação eleitoral.

Se é que o é, alguns cumprem, outros não. O da Assembleia de São Paulo, por exemplo, está fora do ar argumentando a mesma lei da Bahia. Mas Minas Gerais e Rio Janeiro, por exemplo, nem tchum. Tocam a vida.

Oziel e Jusmari, o casal que quer vitória em dose dupla

Itaguajé e ela 59 anos, de Pérola do Oeste, ambos no Paraná, não têm do que se queixar em matéria de política, mas este ano vão tentar o lance mais ousado, ele se eleger deputado federal e ela se reeleger estadual numa mesma eleição.

Oziel foi o primeiro prefeito de Luís Eduardo Magalhães, mandato que exerceu por três vezes, e também deputado federal. Ela foi vereadora e prefeita de Barreiras, duas vezes deputada estadual e uma federal. Vai dar? Fala Oziel:

— Sim. Ela faz política pra um lado e eu para outro. Vamos somar e chegar lá.

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