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30 anos de presença

Publicado terça-feira, 12 de abril de 2022 às 06:00 h | Autor: Maria Rita Pontes
Maria Rita Pontes, 
superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce
Maria Rita Pontes, superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce -

No último dia 13 de março, devotos e admiradores da vida e obra de Santa Dulce dos Pobres se uniram em oração nas celebrações em memória pelas três décadas do falecimento do Anjo Bom do Brasil. De fato, seguiremos ao longo deste ano em um cortejo de gratidão e de homenagens à primeira santa brasileira, em uma programação motivada não apenas pela saudade, mas também pela firme certeza dos 30 anos de sua presença entre nós. Prova viva de sua permanência, a OSID - Obras Sociais Irmã Dulce segue atravessando gerações em sua missão de Amar e Servir, transformando milhares de vidas diariamente, seja na Saúde, Assistência Social, Educação, Pesquisa Científica ou no acolhimento espiritual.

Nesses trinta anos da Páscoa definitiva da Mãe dos Pobres, a instituição construiu moradas no coração da população baiana, em especial, junto aos mais necessitados. Já respondemos pelo acolhimento de 2,9 milhões de pessoas por ano, além de abrigar um dos maiores complexos de saúde do país com atendimento 100% gratuito. São idosos, pacientes oncológicos, pessoas com deficiência, crianças e adolescentes em risco social, pessoas em situação de rua, entre outros públicos, que continuam diariamente desembarcando nas unidades da OSID em busca de cura e esperança.

Mas em paralelo à necessidade de expansão dos serviços junto aos menos favorecidos, é imenso também o desafio para manter esse legado de amor à humanidade. E tal missão tornou-se ainda mais desafiadora neste 2022, pois as Obras enfrentam hoje a maior crise financeira de sua história, com um déficit de R$ 24 milhões, valor que pode ser acrescido em R$ 20 milhões até o final do ano – resultando em um déficit de R$ 44 milhões. Um momento delicado, resultado do subfinanciamento do SUS, cujo contrato não e´ reajustado ha´ 5 anos – cenário ainda agravado pela pandemia e pelo avanço da inflação nos preços dos insumos, como material hospitalar e medicamentos.

É verdade, sempre fizemos muito com poucos recursos financeiros. Só que agora, esse pouco está pouco demais. Portanto, em meio às homenagens em memória daquela que dedicou sua vida ao próximo, deixo aqui meu apelo: precisamos, mais do que nunca, da ajuda de todos para seguirmos atendendo. Apelo que encontra alento na própria jornada de Irmã Dulce, que surpreende pelo exercício revigorante da fé. Essa mesma fé que ecoa nas lições do Anjo, ao nos ensinar que não estamos sozinhos. Ela mesma, nos momentos de aflição, nos confortava com a certeza da presença luminosa de Deus. Presença que segue nos inspirando quando recordamos a voz de Dulce a nos dizer: “Quando nenhum hospital quiser aceitar algum paciente, nós aceitaremos. Essa é a última porta e por isso eu não posso fechá-la”.

Made in Bahia - Publicada às terças-feiras, a coluna traz relatos de empresários baianos

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