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Avançar nas políticas de proteção depende de ação de cidadania

Publicado domingo, 21 de novembro de 2021 às 06:02 h | Autor: Hilcélia Falcão
Na Ribeira, onde o número de cães abandonados é grande, uma casinha foi instalada para abrigá-los | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE
Na Ribeira, onde o número de cães abandonados é grande, uma casinha foi instalada para abrigá-los | Foto: Olga Leiria | Ag. A TARDE -

Pode parecer pouco instalar uma casinha para abrigar meia dúzia de cães errantes quando outros 200 mil perambulam pelas ruas de uma cidade, mas políticas públicas de proteção animal não se constroem da noite para o dia. Juntando esforços, protetores independentes, ONGs, poder público municipal e políticos ligados à causa têm redobrado esforços para ao menos amenizar a situação de cães e gatos errantes em Salvador. O trabalho silencioso inclui financiamento de castrações, tratamentos e apoio a abrigos, entre outros.

Afinal, uma solução mais perene do problema passa pela conscientização sobre a tutoria responsável. “Muitos são os animais errantes, que precisam de uma condição digna. Ainda não temos o modelo ideal mas criamos formas de amenizar o sofrimento deles”, explica a titular da Diretoria de Promoção à Saúde e Proteção, Tainara Ferreira. A unidade, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS),  inaugurou, na última quinta-feira, o que chama de cãodominio, uma casinha na praia da Ribeira, destinada a abrigar cães que vivem nas ruas do lugar e que antes eram acolhidos por um pescador da região falecido durante a pandemia. A estrutura foi montada em parceria com a ONG Doce Lar e a vereadora Marcelle Moraes. 

O bairro onde o espaço foi instalado está entre os locais com maior número de animais abandonados de Salvador. Outro local onde há situação semelhante é em Brotas, bairro onde a professora Marluce Alves dos Santos encontrou o pequeno Zeus, um cão SRD, com dias de vida, abandonado em uma rua em Daniel Lisboa. “Vi aquele trocinho no chão, latindo com fome, peguei e levei para o veterinário”, conta ela, que adotou o bichinho, hoje com 1 anos e 10 meses. Para ela, superar o abandono passa pela conscientização da sociedade e dos tutores. “A responsabilidade é nossa, somos o governo, somos nós que os elegemos para pensar em ações para melhorar a nossa vida”, opina Marluce. 

Já a enfermeira Lílian Brito recorreu a uma feirinha de adoção para acolher Sam, sua SRD que faz um aninho este mês. “A sociedade precisa se empenhar mais em ações que possam evitar mais o abandono”, afirma Lílian, que vê na adoção um aliado na luta em defesa dos animais.

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Lílian, Arthur e João adotaram Sam | Foto: Arquivo Pessoal

Apoio

Adoção responsável e políticas voltadas a tutores de menor renda estão entre as saídas para diminuir o abandono. Uma das ONGs mais atuantes na causa animal, a Doce Lar viu, nos últimos meses, o número de adotantes reduzir após o arrefecimento da pandemia.

 “Agora que as pessoas que buscavam de alguma forma se dirimir dos pecados ajudando ou adotando os animais perceberam que passaram ilesas pelo Covid as adoções e doações despencaram”, afirma Constança Costa, fundadora da Doce Lar. O resultado é a superlotação. Salvador ainda carece de uma mobilização conjunta da sociedade. “O conselho apoia tudo que  esteja dentro das normais técnicas e resulte na proteção animal”, explica o presidente da Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional de Medicina Veterinária, Eduardo Ungar. 

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