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Medicamento aprovado pela Anvisa tem efeitos preventivos a Covid-19

Publicado quarta-feira, 24 de novembro de 2021 às 08:52 h | Atualizado em 24/11/2021, 10:03 | Autor: Da Redação
Anvisa já aprovou medicamento, mas uso ambulatorial ainda não foi autorizado | Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil | 11.11.2021
Anvisa já aprovou medicamento, mas uso ambulatorial ainda não foi autorizado | Foto: Marcelo Camargo | Agência Brasil | 11.11.2021 -

O medicamento Regn-Cov2, já aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), demonstrou efeitos positivos em casos leves e moderados da doença do novo coronavírus. As informações são da Folha de S. Paulo.

Produzido pela farmacêutica Roche e pesquisado pela Regeneron, o remédio atua como um coquetel entre dois tipos de anticorpos monoclonais, o casirivimabe e o imdevimabe. Ao todo, 2.745 não infectadas, mas que conviveram com pessoas com Covid-19, participaram do estudo.

No método usado, 600 mg de cada anticorpo foi testada neste grupo, assim como num grupo de pessoas com infecções leves ou moderadas pelo SARS-Cov-2.

"Um indivíduo recebeu uma dose desse coquetel de anticorpos. Primeiramente foi avaliado em um mês e, com o segmento do estudo, viu-se que ele conseguiu oferecer proteção contra sintomas da Covid-19 durante um período de oito meses", relatou o gerente médico dos casos de Covi-19 da Roche, Mauricio Rocha, a Folha de S. Paulo.

Após o primeiro mês do uso do coquetel, ele reduziu em até 81,6% as chances de desenvolvimento de sintomas da doença durante um período de oito meses. O Regn-Cov2 poderá ser usado emergencialmente em pacientes a partir dos 12 anos ou nas pessoas que apresentam alto risco de prognóstico grave.

Consulta pública

Até o dia 3 de dezembro, a sociedade civil poderá contribuir numa consulta pública, feita pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, para opinar sobre o uso ambulatorial do novo medicamento.

Em julho, a Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), também tentou abrir uma chamada, mas o pedido foi rejeitado em julho deste ano.

A Conitec relatou que há "limitações dos estudos publicados, pela curta janela entre o início dos sintomas e a realização de infusão do medicamento, o que representa problema logístico para implementação da tecnologia na prática clínica", segundo a reportagem da Folha.

Kit Covid

O medicamento Regn-Cov2 é comprovado cientificamente como eficaz na prevenção da Covid-19 e poderá ser usado no Brasil após a deliberação dos órgãos fiscalizadores. Durante a pandemia, fake news promoveram a divulgação errônea sobre o resultado preventivo do uso de outras substâncias, a hidroxicloroquina e ivermectina, no chamado "kit Covid", defendido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados.

O caso foi discutido durante a CPI da Covid no Senado. No percurso, provas comprovaram a ligação entre a rede médica Prevent Senior e blogueiros bolsonaristas para aplicação do "kit Covid" em pacientes. Em outubro deste ano, a Conitec chegou a sugerir que o tratamento precoce ineficaz fosse excluído do SUS.  

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