"Muito raras", diz especialista sobre reações graves após vacinas contra a Covid | A TARDE
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"Muito raras", diz especialista sobre reações graves após vacinas contra a Covid

Publicado terça-feira, 15 de junho de 2021 às 08:26 h | Atualizado em 15/06/2021, 08:49 | Autor: Daniel Genonadio
Até esta terça-feira, 4.109.720 pessoas receberam a primeira dose na Bahia | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE | 6.5.2021
Até esta terça-feira, 4.109.720 pessoas receberam a primeira dose na Bahia | Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE | 6.5.2021 -

Não é díficil encontrar relatos de reações adversas após a imunização contra a covid-19. Mas, quando esse efeito pode ser considerado prejudicial? Quando é preciso procurar uma unidade hospitalar após receber o imunizante? A médica Lígia Brito respondeu essas questões na manhã desta terça-feira, 15, em entrevista ao programa Isso é Bahia, da rádio A TARDE FM.

"Quando passa de 72 horas, de febre, uma dor muito forte de cabeçaa ou dor no corpo a gente deve procurar um médico. Os casos graves são muito raros, às vezes um caso a cada um milhão de vacinas aplicadas, mas que pode levar a uma trombose até um mês depois da vacina. Aqui no Brasil eu não soube de nenhum paciente que teve sintomas sérios. Os relatos são de dor no corpo, mal estar, cansaço, mas que passa de repente. A maioria da população recebe a vacina e não sente nada", explicou Lígia.

Outro problema encontrado durante a estratégia de vacinação é o que ficou conhecido na internet como "sonmelier de vacina". Ou seja, pessoas que preferem imunizantes de determinado laboratório ou tem restrição a alguma vacina específica.

"As pessoas ouvem o caso que tiveram na Europa ou nos EUA e ficam com receio de tomar vacina a ou vacina b. Vacina boa é a vacina que tem no momento. A gente precisa se vacinar. Qualquer vacina pode dar reação, pode ser contra gripe, sarampo, tétano. É muito comum em crianças, por exemplo. Toda vacina pode causar efeito colateral ou não, isso depende do organismo de cada um", disse a médica.

Um dos imunizantes mais utilizados no Brasil, a Oxford/Astrazeneca causa receio em algumas pessoas após ter seu uso interrompido (e logo depois retomado) em alguns países para investigação de possíveis casos de trombose. Para Lígia Brito, não há motivos para a recusa à vacina, que foi "estigmatizada".

"A Astrazeneca foi a que mais foi comunicado casos de trombose e que preocuparam as pessoas. Mas isso não aconteceu só com a Astrazeneca. A Janssen também teve casos de trombose, mas como ela foi a primeira, parou o uso e voltou, ficou mais estigmatizada. Que eu saiba, aqui no Brasil não foi relatado nenhum caso de trombose ligada a vacina", relatou.

Estudos indicam que o controle da pandemia só será alcançado com uma porcentagem alta da população brasileira imunizada. Um dos obstáculos para alcançar esse feito e voltar ao 'mundo normal' são as pessoas que se recusam a tomar a vacina. No Brasil, a quantidade de indivíduos sem a pretensão de se imunizar parece ser um pouco menor do que em outros centros do mundo.

"Quem não quer se vacinar tem que se prevenir. Usar máscaras e não aglomerar. Existe um grupo antivacina que começou na Europa e aqui no Brasil ainda é muito pouco o grupo que não aceita a vacina por diversos motivos. Essas pessoas não só se colocam em risco, como colocam em risco todas as pessoas em torno dela. Em uma pandemia, a gente não toma a vacina só para nos proteger, tomamos para proteger todas as pessoas em nossa volta. Imunidade de rebanho só quando boa parte da população estiver vacinada", finalizou Lígia Brito.

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