Pfizer ofereceu ressarcimento ao governo brasileiro caso doses não fossem entregues
Um documento de posse da CPI da Covid e veiculado no Fantástico da noite de ontem revelou que a PFIZER havia prometido ressarcir o Brasil caso houvesse atraso na entrega de doses de vacina contra a Covid. A promessa foi feita em ofício enviado ao Ministério das Relações Exteriores no dia 27 de agosto de 2020 e foi ignorada pelo governo federal.
De acordo com o ofício, representantes da farmacêutica se reuniram nesta data com diplomatas brasileiros na embaixada de Washington (EUA) e uma reserva de 30 milhões de imunizantes foi oferecida. A Pfizer ainda sinalizou que a oferta precisava ser tratada com celeridade já que a empresa não poderia garantir esta quantidade caso o governo brasileiro demonstrasse interesse na aquisição posteriormente.
"Os dirigentes da Pfizer frisaram a ausência de risco, uma vez que, segundo constaria da proposta de venda, a Pfizer se comprometeria a devolver ao governo brasileiro todo e qualquer pagamento antecipado, na hipótese em que a empresa não consiga honrar a obrigação de entregar a quantidade acordada da vacina", afirma o documento.
O documento desmente o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que em depoimento para a CPI alegou que a falta de uma multa à farmacêutica em caso de atrasos teria sido um dos motivos para que o governo federal não fechasse o contrato para a aquisição de imunizantes.