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Webinar discute efeitos a longo prazo e assistência a pacientes da Covid-19

Publicado segunda-feira, 14 de junho de 2021 às 14:38 h | Atualizado em 14/06/2021, 14:50 | Autor: Fernando Valverde
O Dr. Paulo César Prado e diversos especialistas discutirão necessidade dos cuidados prolongados para pacientes para pacientes que contraem a doença
O Dr. Paulo César Prado e diversos especialistas discutirão necessidade dos cuidados prolongados para pacientes para pacientes que contraem a doença -

Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde alertou para a necessidade de cuidados prolongados para pacientes que contraíram a Covid-19. De acordo com as entidades, 10% dos pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 sofrem com problemas de saúde, dos mais diversos tipos, que persistem por até 12 semanas.

Pensando na necessidade desse cuidado, prestadoras de serviço da área de Saúde tem investido na formação da chamada “equipe multiprofissional”, que é constituída de um trabalho coletivo entre diversas áreas que podem ser responsáveis pelo tratamento de sequelas da chamada Covid longa. O modelo será tema do webinar “A covid-19 NÃO TERMINA após a alta hospitalar”, realizado pela Fundação José Silveira às 18h desta segunda-feira, 14.

Um dos palestrantes, o médico pediatra e Superintendente Executivo de Gestão de Rede Referenciada da Bradesco Saúde e Mediservice, Dr. Paulo César Prado Júnior, esclarece a necessidade da atuação da equipe nos pacientes que continuam a apresentar os mais variados sintomas da doença como fadiga, tosse seca persistente, alterações cardíacas, endocrinológicas ou cognitivas, complicações renais, entre outras.

“Dizemos que o COVID-19 é uma doença multiespectral que provoca alterações em vários pontos do organismo por tempo duradouro. Em virtude dessa manifestação sistêmica, existe a necessidade de uma coordenação do cuidado desses pacientes para facilitar a integração e evitar tratamentos soltos. Um cuidado coordenado fundamental para que se possa ofertar a melhor assistência e possibilitar a recuperação de uma doença grave e de manifestação por tempo tão prolongado como estamos descobrindo se tratar da Covid”, afirmou.

De acordo com ele, a construção desse modelo veio a partir da observação prolongada dos pacientes que receberam alta hospitalar. A visualização dos sintomas, que podem ir de alterações cardíacas a cognitivas, alertou para a necessidade de se mudar o protocolo de atuação para a recuperação de pacientes da doença viral.

“Nós da área da saúde estávamos acostumados com doenças virais que não traziam manifestação a longo prazo. Quando temos uma gripe ou uma pneumonia, ficamos ruins por determinado período, mas depois ficamos bem. Com a Covid infelizmente não é assim. Identificamos pacientes que possuíam sintomas e a partir daí vimos que as manifestações estavam interligadas. O problema cardíaco ou renal fazia parte de uma mesma alteração causada pelo vírus e assim entendemos que ter um profissional que faça esse cuidado organizado e integrado era fundamental”, ponderou.

“Os serviços foram estruturados para que tenhamos um médico, que seja centralizador do cuidado, e no entorno dele temos diversos profissionais. Pneumologistas, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas, enfermeiros e aí se monta esse serviço onde o paciente é único e é tratado de forma unificada. Os profissionais conversam entre si, tem acesso a um mesmo prontuário e unificam o protocolo de tratamento”.

Recuperação e prevenção

Para o Dr. Paulo, a principal dificuldade que um paciente acometido por sintomas decorrentes de uma Covid longa pode enfrentar é a sua reinserção na sociedade e a plena recuperação para que o paciente volte ao ritmo de suas atividades habituais no cenário pré-doença.

De acordo com ele, o entendimento da necessidade de cuidado é essencial para evitar sintomas mais graves e desmitificar a ideia base de que se trata de uma doença viral comum, na qual o paciente fica plenamente recuperado após o período de incubação.

“Vemos muitos pacientes saindo com alterações psicológicas como depressão e ansiedade, alterações motoras que também atrapalham nesse retorno, então esse é o primeiro desafio. Entender que aquela condição é grave e precisa ser acompanhada. Pode ser um pouco mais longo do que ele gostaria, mas é necessário para que se volte de forma plena às suas atividades habituais”, afirmou o médico, que falou ainda na continuidade dos métodos de prevenção como principais aliados na batalha contra a pandemia.

“Pedimos que as pessoas se vacinem, não deixem de manter o distanciamento social, de usar máscaras e manter os seus cuidados. Nós, profissionais de saúde, batemos nessa tecla e com essas medidas certamente iremos vencer essa pandemia em um tempo necessário para que menos pessoas sofram o que aconteceu até agora”.

O webinar “A covid-19 NÃO TERMINA após a alta hospitalar” poderá ser acompanhado a partir das 18h através de sala do Zoom disponibilizada no site da Fundação José Silveira.

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