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Amigos e admiradores lamentam a morte de Sylvia Athayde

Publicado terça-feira, 22 de setembro de 2015 às 11:46 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Da Redação
Sylvia Athayde
Sylvia Athayde -

Amigos e admiradores lamentam a morte da museóloga e professora Sylvia Athayde. Ela morreu nesta segunda-feira, 21, devido a complicações de um colangiocarcinoma, um tipo de câncer que atingiu a vesícula, fígado e intestino.

O corpo da museóloga está sendo velado nesta manhã, no Palácio da Aclamação, na avenida Sete de Setembro. O sepultamento está marcado para as 16h, no Cemitério do Campo Santos, na Federação.

Confira alguns depoimetos:

Pedro Arcanjo, diretor do Museu de Arte da Bahia (MAB)

"Sylvia Athayde era uma referência nas Artes Visuais da Bahia. Excelente professora de Museologia, com conhecimento sobre Artes Decorativas, tema  escolhido para o trabalho que estava organizando para seu próximo livro. Sylvia Athayde deixa um legado de trabalhos inquestionáveis, notadamente, na preservação do Museu de Arte da Bahia. É uma perda significativa para a cultura e arte baianas."

Ana Liberato, diretora da Dimus - Diretoria de Museus/Ipac/Secult

"A museologia da Bahia pede uma grande profissional que, além de professora do Curso de Museologia da UFBA durante alguns anos, dedicou 24 anos de sua vida ao Museu de Arte da Bahia (MAB)."

Antonio Marcos de Oliveira Passos, presidente do Conselho Regional de Museologia - 1ª Região

"A professora Sylvia Athayde realizou importante trabalho para a Museologia e os Museus durante o período que atuou como docente e na direção do Museu de Arte da Bahia. Sua competência, profissionalismo e inovação será sempre lembrada na memória de todos nós."

Eduardo Morais de Castro, presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB)

"É uma perda muito grande para a Bahia o falecimento de Sylvia Athayde. Associada e colaboradora do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia há muitas décadas, Sylvia foi protagonista nos últimos quarenta anos, de movimentos culturais que dignificaram o Estado. Sua brilhante passagem pelo Núcleo de Arte do então Desenbanco, qualificou-a para a direção do Museu de Arte da Bahia, que passou a dinamizar suas exposições, dando relevante ênfase ao seu acervo. Era uma incansável guerreira pela preservação do MAB, inclusive, buscando internacionalmente, sobretudo em Portugal, recursos que pudessem atingir seus nobres objetivos."

Rubens Antônio, geólogo e colaborador do Museu de Arte da Bahia (MAB)

"Um dia, as Artes tocaram Sylvia Athayde, assim, tão amanhecida nela como um primeiro inspirar de recém-nascido. Configurou-se como uma sensação que veio através do umbilical mítico que conforma e estende nossas raízes, no Tempo Profundo. Ela não mais poderia ou quereria deste passo se afastar. E a mágica nela se manifestou, modelando, forjando, calejando, encontrando crescimento e reconhecimento, ultrapassando todas as dificuldades.  Apresentou-se ao Mundo das Artes mais que como conhecedora. Surgira como museóloga, estudiosa, escritora, professora, curadora. Brilhava nela uma maestrina vigorosa, entusiasmada, fervorosa na sua devoção,  coroada por 24 anos na direção do Museu de Arte da Bahia. Desencadeou uma seqüência de centenares ações, promoções, restaurações, exposições, beneficiando artistas e públicos. Favoreceu sobremodo aquele espaço onde mentes, corações, espíritos, mãos, olhos, ouvidos bailam uma fantástica e construtiva jornada... Com persitência elaborada ou repente vigoroso, lutou pela Arte, apontando caminhos a nós. Sob sua batuta, o MAB se qualificou ainda mais, aformosou-se, honrou, germinou, refinou-se, apoiou, expandiu... Sylvia está, agora, distante dos nossos agradecimentos ou ingratidões, dos nossos reconhecimentos ou desrespeitos, dos bônus e ônus que abraçam quem labuta nesta sacra jornada que ela tanto ajudou a forjar. Ainda assim escrevo... Pode deixar, Sylvia... O que me pediu... Aquelas exposições de fotos encontradas nos lixos... de fotos colorizadas... aquelas palestras sobre a Vitória... pode deixar que acontecerão, sim... Tenha só um pouco de paciência... Está com ótimas companhias. Leve, por favor, a esse chá transcendente de fim de tarde, um abraço para as estimadas Consuelo Pondé de Sena e Consuelo Novais Sampaio... Qualquer dia, nos reveremos todos."

Emanoel Francisco Leite, funcionário do MAB há 33 anos

"D. Sylvia era uma pessoa dinâmica. O MAB era a casa dela. Inteligente, nunca teve astúcia nem malícia no trato com as pessoas. Foi ela quem levantou o Museu. Com muito orgulho, trabalhamos juntos por 25 anos."

Fátima Moreira, funcionária do MAB

"A Bahia perdeu um baluarte da Cultura, especialmente na área da museologia. Mulher de personalidade forte, mas que tinha uma sensibilidade e uma doçura que só era conhecida por quem teve o privilégio de conviver bem de perto. A última frase que eu falei em sua companhia: aconteça o que acontecer seu nome já está na história do MAB. Deus a abençoe. Fique com Deus."

Renata Assiz, museóloga e ex-funcionária do MAB

"É uma grande perda para a cultura baiana. Era uma mulher de personalidade forte, de humor ácido, às vezes leve, porém, sempre densa e dramática. Amava profundamente o que fazia e por conta disso era capaz de perder a cabeça em defesa daquilo que acreditava. Aprendi muito com ela e tive a sabedoria de aproveitar os anos que passei ao seu lado. Que descanse em paz!"

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