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Obra de Jorge Amado inspira Maria Adair e Eliana Kertész

Publicado terça-feira, 11 de dezembro de 2012 às 09:32 h | Autor: Mariana Paiva
Eliana
Eliana -

Literatura como ponto de partida, artes plásticas como linha de chegada. É assim que será na exposição As Mulheres de Jorge Amado e o Universo Amado: Tributo a Jorge Amado, que será aberta nesta quinta-feira, às 19 horas, no Palacete das Artes (Graça).

A mostra contempla os trabalhos das artistas plásticas Maria Adair e Eliana Kertész, a partir das personagens femininas dos livros do escritor Jorge Amado, que comemora seu centenário este ano.

Para homenagear  o escritor, a artista Eliana Kertész trabalhou com sua habitual referência das gordinhas (como as três que enfeitam o canteiro em Ondina: a portuguesa Mariana, a índia Catarina e a africana Damiana), e criou 80 peças de esculturas e relevos.

Materiais - As gordinhas da exposição foram feitas em diversos tamanhos e nos mais variados materiais, como bronze, fibra, resina, alumínio e pó de mármore. Eliana também leva para a mostra 19 painéis em alto relevo representando o Bataclan, famoso bordel do livro de Jorge Gabriela, Cravo e Canela.

A artista conta que nunca soube ao certo  por que esculpia gordinhas, e que o trabalho iniciado há um ano e meio com os livros de  Jorge Amado lhe deu a resposta.
"Na obra dele, as mulheres tem ancas largas e seios fartos. Agora estou tomando consciência de uma coisa: a Bahia é gorda. Não só de corpo, mas de alma, de coração", afirma.

Para Eliana, a homenagem a Amado é mais que merecida: "Ele revelou essa identidade da Bahia para o mundo e até para nós que vivemos aqui". 
Maria Adair, por sua vez, apostou no tema Universo Amado para criar pinturas,  peças de mobiliário e objetos. Ao todo, a exposição conta com 150 peças da artista visual.

Na mostra, Maria pintou sobre tela, e também deixou a criatividade fluir sobre outros suportes, que vão de mesas e cadeiras até CDs. "Pintei também sobre uma imagem grande de Santa Bárbara, em homenagem a O Sumiço da Santa",  conta.

Travesseiros - Para representar o livro Dona Flor e Seus Dois Maridos, Maria Adair criou um quarto, com cama de ferro e três travesseiros sobre ele: um para dona Flor, um para Vadinho e um para Teodoro.

O último, inclusive, ganhou seu próprio espaço, na Farmácia de Seu Teodoro, com mais de 100 frascos trabalhados em jato de areia. Para a exposição, a artista plástica Maria Adair também fez 100 garrafas de cachaça para Quincas Berro D´Água e cinco grandes telas representando o quintal da casa onde o escritor Jorge Amado morava, no número 33 da rua Alagoinhas, no Rio Vermelho.

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