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Kravitz fala português, arrebata público e desce do palco

Publicado domingo, 08 de julho de 2007 às 12:30 h | Autor: Agencia Estado

A causa ambiental ajudou, mas as cerca de 500 mil pessoas que foram à Praia de Copacabana ontem para o Live Earth queriam mesmo era assistir aos shows. O público foi igual ao que Lenny Kravitz teve sozinho em 2005 e menos da metade do presente na histórica apresentação dos Rolling Stones, no ano passado. Ainda assim, foi a maior platéia do Live Earth no mundo (até porque foi a única versão ao ar livre). Último a cantar, Kravitz foi a estrela maior: falou português, arrebatou o público e ainda desceu do palco para se juntar a ele.
Muitos na platéia diziam estar ali para conferir a performance dos artistas e, claro, dar uma forcinha em prol da salvação do planeta. "Quero muito ver o Lenny `Kravitson. Moro em Copacabana, mas esse é o primeiro show que venho, porque meu marido não deixa", explicou a bancária Marilena Carvalho, de 52 anos, que tinha o discurso "faça a sua parte" preparado: "Acho importante contribuir. Lá em casa é tudo biodegradável."

Marilena vibrou com a apresentação de Kravitz - a mais longa da noite, com duração de 40 minutos (as demais tinham metade disso)- e também a mais empolgante. Ao fim, ovacionado, o cantor ainda dispensou a passarela que o levaria diretamente ao Copacabana Palace, hotel em que estava hospedado, e atravessou as pistas da Avenida Atlântica a pé, como qualquer mortal (acompanhado de um séquito de seguranças e fotógrafos, naturalmente).
De férias no Rio, a estudante inglesa Melissa Ingani, de 25 anos, acha que, em casa, a conscientização quanto ao aquecimento global é maior do que por aqui. Mas show ao ar livre é "muito mais divertido", argumentou. Ela preferia o line-up londrino: Madonna, Genesis, Metallica, Red Hot Chilli Peppers, Black Eyed Peas, entre outros. No entanto, estava ansiosa para ver Pharrell Williams e Kravitz. "Não conheço os cantores brasileiros".

Não precisava conhecer. Mesmo aqueles que tinham ido ver Jota Quest, Jorge Ben Jor ou O Rappa e nunca tinham ouvido falar no produtor e rapper Pharrell Williams ou na cultuada Macy Gray pareciam se contentar por estar participando de um megaevento, de escala mundial. Flashes de shows realizados nas outras cidades-sede, transmitidos em telões, davam a dimensão da mobilização planetária, motivada pelos efeitos, já sentidos, do aquecimento global.
Os discursos dos artistas, fossem os cantores, fossem os atores e personalidades que se revezaram no palco, também foram na linha "juntos venceremos": "Todos nós somos culpados. Esse show não é dos americanos, é nosso!", bradou Xuxa, que se apresentou à tarde. "Hoje nosso planeta está na palma de nossas mãos. Cabe a nós salvá-lo", convocou Christiane Torloni, engajada em defesa da Amazônia.

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