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Ex-presidente do Banco Espírito Santo é colocado em prisão domiciliar

Publicado sábado, 25 de julho de 2015 às 10:37 h | Atualizado em 19/11/2021, 06:55 | Autor: Estadão Conteúdo

Ricardo Salgado, ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), foi colocado sob prisão domiciliar depois de ter sido declarado oficialmente como suspeito em uma investigação sobre vendas de dívida meses antes de seu colapso, de acordo com a promotoria.

Salgado não estará sujeito a monitoramento eletrônico e terá que pedir permissão do juiz para deixar sua casa, disse seu advogado. No ano passado, ele foi detido para interrogatório sob uma investigação separada sobre lavagem de dinheiro.

O BES estava sob o comando de Ricardo Salgado, patriarca da família que comanda o Grupo Espírito Santo (GES). Salgado e outros cinco membros de sua equipe estão sendo investigados sob suspeita de práticas de falsificação, fraude fiscal, corrupção e lavagem de dinheiro, disse a promotoria.

O advogado de Salgado disse ontem que seu cliente vai continuar a colaborar com as autoridades, mas irá contestar a decisão do juiz sobre sua prisão domiciliar. "Entendemos que isso é uma medida muito desproporcional", disse o advogado. Salgado tem negado qualquer tipo de irregularidade.

No setembro do ano passado, o BES precisou ser resgatado depois de ficar expostos a grandes perdas. O governo português decidiu salvar o BES e criar um banco bom, usando 4,9 bilhões de euros de fundos para fortalecer o capital do recém criado Novo Banco. O BES tinha vendido milhares de milhões de euros em dívida a investidores de varejo e institucionais meses antes de seu colapso. Essas pessoas estão até agora amargando perdas.

Em maio, a promotoria disse que confiscou propriedades e bens dos investigados que poderiam ser utilizados como forma de pagamento em caso de condenações.

Enquanto a investigação do gabinete do promotor está em curso, o banco central do país acusou Salgado e outros 14 ex-funcionários formalmente por prejudicar depositantes, investidores do banco e credores com a venda da dívida.

O Banco Central de Portugal não tem o poder de lançar acusações criminais, mas impôs multas de até 4 milhões de euros aos envolvidos. Fonte: Dow Jones Newswires.

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