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Retomada da economia do país vai ficar para 2017

Publicado quinta-feira, 21 de janeiro de 2016 às 21:44 h | Atualizado em 21/01/2016, 21:49 | Autor: Geraldo Bastos
Fábio Pina, Carlos Thadeu e Carlos Andrade
Fábio Pina, Carlos Thadeu e Carlos Andrade -

Queda de 5,62% na arrecadação de impostos, corte de 1,5 milhão de empregos com carteira assinada, inflação de dois dígitos  e o fechamento de mais de 64 mil empresas  comerciais em todo o país. Alguns números recentes da economia brasileira assombram, mas o país ainda não alcançou o fundo do poço.  E mais: segundo Carlos Thadeu de Freitas Gomes, economista-chefe da Confederação  Nacional do Comércio (CNC), e Fábio Pina, consultor econômico da Fecomércio-BA,  a retomada do crescimento econômico vai demorar mais um pouco. Só virá a partir de 2017.

"O Brasil tem como sair dessa crise. Tem recursos naturais extraordinários, reservas da ordem de US$ 300 bilhões, mas é preciso  fazer as reformas estruturais, como a previdenciária, tributária e fiscal", afirmou Carlos Thadeu, nesta quinta-feira, 21, durante encontro com jornalistas, na Casa do Comércio.

Para o economista e ex-diretor do Banco Central, a piora do quadro nos últimos meses está relacionada, principalmente, com as dificuldades do governo em acertar as contas públicas, o que deve impactar, mais ainda, as taxas de emprego  e de inflação nos próximos meses.

"A falta de perspectiva de um ajuste fiscal é um dos fatores-chave por trás do aprofundamento da recessão atual, mas o Brasil não vai quebrar. Já enfrentamos    crises muito  piores  no passado", assinalou.

Ativos baratos

Carlos Thadeu disse  ainda que a  desvalorização do real  frente ao dólar nos últimos meses trouxe um aspecto positivo para a economia: os ativos no Brasil estão mais baratos. "O  investidor externo  vai ficar estimulado a aplicar no país e isso ajudará na recuperação da economia nos próximos meses",  afirmou.

De opinião semelhante, o economista Fábio Pina afirmou  que   2016  será um ano difícil para os brasileiros  e que a sensação do fundo do poço "virá em meados do ano  com o agravamento das taxas de desemprego e com a queda de arrecadação  do governo".

As projeções para o ano, segundo ele, é de uma inflação na casa dos 8% e de uma queda de 3% no PIB. Quando o país sairá do buraco? "O ano de 2016 será o de travessia. A partir de 2017 haverá uma melhora", observou.

Presente ao evento, o presidente da Federação do Comércio,  Carlos Andrade, disse que para enfrentar a crise  o empresário   "precisa  cortar despesas, evitar o endividamento  e trabalhar mais".

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