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Venda de carros novos e usados reage na Bahia

Publicado sexta-feira, 05 de dezembro de 2008 às 22:44 h | Atualizado em 06/12/2008, 01:09 | Autor: Maurício Sotto Maior e Thaís Rocha, do A TARDE

>>Consumidor pena para vender veículo

Depois de dois meses de pura aflição, finalmente os profissionais de vendas das concessionárias de automóveis voltaram a respirar. A última quinzena, entre o final de novembro e os cinco primeiros dias dezembro, foi marcada pelo retorno dos clientes aos salões de venda. Parte como reflexo das grandes promoções do setor no mês passado, parte pelo pagamento da primeira  parcela do 13º.

"As venda estão  aquecendo desde o final de novembro. Já vendemos entre 15% a 20% a mais que o mesmo período ano passado. Parece que o setor vai reagir", diz  a supervisora da equipe de vendas da Morena Veículos (Ford), Círia Gomes.

Na Marvel (Fiat), o vendedor Mauricio Campos conheceu o "céu e o inferno" em apenas quatro meses. "Os cliente foram voltando aos poucos, primeiro fazendo pesquisa e agora partindo para as compras. Vamos ter plantão neste sábado, 6, até as 16h. Voltamos ao céu!", comemorou.

Para o supervisor de vendas da Retirauto (GM), Alexandre Barabará, além do 13º, as financeiras também começaram a "abrir as torneirinhas", facilitando o crédito. "Eu calculo um acréscimo de 30% em nossas vendas", afirmou.

Na Bremen (VW), o acréscimo das vendas também girou entre 15% e 20% na última quinzena, mas a gerente de vendas, Rafaela Matos, acredita que até o final do mês o percentual aumente para 30%.

"Estamos com muita confiança, já avaliando o aquecimento atual. Os feirões, as promoções de novembro surtiram efeito no nosso pátio. Não temos mais carro em excesso esperando para ser vendido", acrescenta Rafaela Matos.

Ela calcula como "controlável" 250 veículos como número máximo para estoque. "A média boa seria 150 a 200 carro. Se continuar assim, até o final do mês ficaremos abaixo de 130 veículos", explica.

Otimismo é a palavra de ordem entre os vendedores, que já sonham com as festas de fim de ano. "As pessoas se assustaram muito com o noticiário da TV nos meses de setembro e outubro e desapareceram das lojas. Agora os consumidores que haviam se preparando para trocar de carro estão menos nervosos. Eles perceberam que as condições e as taxas estão realmente muito boas. Se continuar assim, e com as férias coletivas das montadoras, acho que vai faltar carro em janeiro", Elísia Chaves, profetiza a supervisora de vendas da Codisman (GM), que registrou um aumento de 20% nas vendas.

Semi-novos – Os proprietários das revendas de carros usados em Salvador também estão mais animados. Se antes, o comprador preferia dar a entrada em um zero quilômetro e financiar a diferença em muitas prestações, agora muitos optam por um semi-novo a vista, ou em poucas vezes, para se livrarem dos juros altos. Ainda assim, o mercado continua cauteloso, reduzindo estoques e evitando fazer previsões para os próximos meses.

A professora Meirejane Fraga tenta, há quase um mês, trocar o seu veículo 1998 por um mais novo. Ela pesquisou entre as concessionárias a possibilidade de dar o carro usado de entrada em um zero quilômetro, mas desistiu. “As taxas estão muito altas, e hoje estou olhando para modelos fabricados em 2005“, disse.  Mesmo assim, com os baixos estoques das lojas, Meirejane conta que está difícil encontrar o que procura.

O presidente da Associação dos Revendedores de Veículos do Estado da Bahia (Assoveba), Paulo Mascarenhas, diz que a retomada nas vendas já começou, mas que o mercado  está cauteloso. Ele explica que dezembro é um mês atípico, já que é o período de maior fluxo de venda de carros. “As vendas melhoraram, mas estamos trabalhando com estoque apenas para este mês. Para janeiro e fevereiro, não sabemos como vai ser o cenário“.

Para a empresária Eugênia Isaga,  o mercado de semi-novos enfrenta uma nova realidade. “A queda no preço de veículos novos, sempre reflete nos usados. Quem souber trabalhar no cenário de preços mais baixos consegue passar bem por tudo isso“.

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