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Venda de veículos dispara em janeiro

Publicado sexta-feira, 06 de fevereiro de 2009 às 22:57 h | Autor: Luiz Souza, do A TARDE

Após o impacto inicial da crise financeira, nos meses de novembro e dezembro do ano passado, o mercado automotivo ensaia uma recuperação. De acordo com a representação regional da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), na Bahia, o mercado cresceu 32,14% em janeiro, na comparação com o mês anterior. Ainda assim, ante ao igual período do ano anterior, houve queda de 3,56% nas vendas, considerando os 8,502 mil veículos comercializados no mês passado.

O crescimento das vendas na Bahia foi exponencial, em comparação com a média do País, que teve alta de 5,11%, em janeiro versus dezembro. O crescimento da  demanda decorre da decisão do governo de isentar o Imposto Sobre Produto Industrializado (IPI) para os veículos 1.0, além do corte de 13% para 6,5% para modelos mais sofisticados, com motores até 2.0. As medidas foram tomadas na segunda quinzena de dezembro.

O diretor regional da Fenabrave , Luiz Pimenta, observa que  o último bimestre do ano passado quebrou uma sequência de crescimento mês a mês, no comércio de automóveis. Apesar da alta registrada em   janeiro, ele afirma que a entidade passou a trabalhar com uma perspectiva muito mais conservadora. “Estamos prevendo crescimento de 5% a 10% este ano. Em 2008, na comparação com 2007, tivemos alta de 13%”, afirma o executivo.

Apesar do desaquecimento do mercado, o fator IPI deu um alento às concessionárias. O consumidor parece mais ousado em relação ao objetivo de comprar o carro zero. Na tarde de ontem,  o empresário Reginaldo Nascimento, 42 anos, fechava negócio num modelo Ford. Ele afirma que a redução da carga tributária pesou na decisão da compra. O gerente de vendas de veículos novos da Morena do Stiep, Willem Neto, diz  que em janeiro a unidade vendeu 210 carros, praticamente o dobro do comercializado no mês anterior.

Ajustes – Com o impulso nas vendas, chegam a faltar alguns modelos nas concessionárias. As montadoras tiveram que ajustar a produção, a fim de compensar a menor demanda nos meses de novembro e dezembro, explica Pimenta, da Fenabrave-BA. Medidas como férias coletivas e redução da jornada de trabalho causaram queda nos estoques das lojas, que ficaram temporariamente despreparadas para a demanda atual.

O gerente geral da concessionária Toyota Guebor Veículos, Mário Sérgio Callegaro, afirma que modelos como o Corolla ou a picape  Hillux chegam a demorar até 30 dias para entrega. Semanas antes, o veículo chegava ao consumidor em apenas alguns dias. “Estamos garantindo todos os pedidos”.

De acordo com o consultor de vendas da concessionária Fiat Marvel, Artur Reis, modelos como os novos Pálio e o Siena, de motores mais potentes,  não estão disponíveis para entrega imediata. O prazo para receber os modelos é de 15 a 20 dias. Segundo Pimenta, a questão é restrita a alguns modelos de maior demanda no mercado. Ele ainda acrescenta que as montadoras trabalham para compensar a menor oferta, e logo a questão deve estar resolvida. Ainda assim, a crise não acabou, e o setor automotivo continua em sintonia com a economia global, que vive seus dias mais incertos nos últimos anos.

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