Gafe no anúncio do Oscar 2017 põe em xeque uso das redes sociais no trabalho
A gafe que aconteceu durante a entrega do Oscar 2017, quando um funcionário cometeu o erro de entregar o envelope com o nome do filme vencedor da premiação trocado porque estava no Twitter, deixa uma lição para as pessoas que utilizam as redes sociais no ambiente de trabalho: é necessário ter cuidado. Ao acessar a internet durante o expediente, o colaborador assume riscos, tem ganhos e perdas.
Já parou para pensar quanto se perde com aquela checada no WhatsApp? E com uma “espiadinha” no Facebook? A verdade é que o “mau” uso desses sites no contexto do trabalho pode aumentar a chance de erro dos profissionais.
De acordo com a psicóloga organizacional Isaura Furtado, isso ocorre porque as redes têm a capacidade de interagir com fenômenos comportamentais das pessoas dentro dos espaços laborais.
Esses comportamentos, segundo a psicóloga, possuem designações distintas, como o presenteísmo. Nesse tipo de situação, o funcionário vai estar presente no posto de trabalho, mas sem fazer uso do suporte tecnológico oferecido pela empresa para produzir, e, sim, para de fins pessoais.
O outro tipo de comportamento que Izaura cita é o ausentismo. Nesse caso, o profissional vai para a empresa, mas não fica no posto de trabalho. “É nesse horário que os colaboradores podem estar acessando as redes”, diz a psicóloga.
A professora e especialista em direito na sociedade da informação Iracema de Medeiros ainda alerta para a violação das regras da legislação trabalhista. “O funcionário não pode usar as redes sociais no período laboral nem usar os equipamentos da empresa para cunho pessoal”, comenta.
Prejudicar e contribuir. Duas palavras que poderiam definir o uso das redes para as empresas. Sem dúvidas, esses sites podem ser utilizados para benefício da organização e dos colaboradores.
O Facebook entra como uma ferramenta para oferecer mais visibilidade à empresa. Por meio dos anúncios, a plataforma possibilita que a instituição atinja diferentes públicos. Já os grupos de WhatsApp, por exemplo, facilitam a comunicação interna entre funcionários e gestores.
“O uso no contexto de trabalho pode trazer muitas vantagens e desvantagens para a organização”, comenta a psicóloga. Ela ainda diz que a empresa deve aproveitar o funcionário que possui o perfil “ausentismo” para atuar com as atividades ligadas às áreas de comunicação.
Educação digital
Izaura atribui o uso impróprio das redes à falta de educação digital. “As pessoas que nasceram no mundo digital e analógico estão construindo formas de convivência baseadas em novas tecnologias”, explica.
Já a especialista Iracema atribui o uso indevido à falta de vigilância. Ela recomenda que os funcionários utilizem as redes para resolver assuntos pessoais em horários pontuais, como o de descanso.
Redes sociais no trabalho
Moderação - Tenha controle e evite acessar as redes sociais para resolver assuntos particulares nos computadores da empresa. O ideal é não salvar senhas, e-mails e outros dados pessoais nas máquinas da instituição
Programação - O ideal é aproveitar os momentos de descanso para olhar as redes. Por isso, faça uma programação com seus horários mais livres ao longo do dia
Novas ideias - O profissional pode aproveitar o acesso livre às redes sociais para trazer novas ideias e colaborar com a atividade da empresa. Uma dica é utilizar os sites para construir uma boa reputação para a instituição
*Estagiários sob supervisão da editora Cassandra Barteló