Ana Marcela Cunha: “Ainda estou em 70% da minha capacidade” | A TARDE
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Ana Marcela Cunha: “Ainda estou em 70% da minha capacidade”

Baiana se tornou, na última semana, pentacampeã mundial em mar aberto

Publicado segunda-feira, 04 de julho de 2022 às 06:03 h | Autor: Celso Lopez
Nadadora baiana, Ana Marcela Cunha
Nadadora baiana, Ana Marcela Cunha -

Ana Marcela se tornou maior medalhista de águas abertas em Mundiais do planeta, junto da holandesa Edith van Dijk, no Mundial de Budapeste que disputou na semana passada. Com dois ouros em três provas, a tão almejada medalha dos 10km ainda não veio, mas o objetivo maior de medalhar nas três competições foi cumprido.

Agora, a baiana que é a maior campeã nos 25km em mundiais e está a um ouro de se tornar a maior medalhista de águas abertas do mundo, falou com exclusividade ao A TARDE sobre seu nível atual, grandeza como atleta e até sobre sua eleição como representante brasileira na Federação Internacional de Natação (FINA).  

Quinze medalhas em Mundiais e o posto de maior medalhista mulher em águas abertas, empatada com Edith van Dijk, já caiu a ficha que você já está no pelotão de maiores atletas da história?  

Sim, tenho consciência disso, mas ainda estou escrevendo minha página na história das águas abertas do mundo. 

Aos 30 anos, você fez sua melhor performance em mundiais. O tempo passa mais devagar nas águas ou foi "só" a maturidade que te levou a esse patamar? 

A experiência desses anos todos e tudo que eu já passei estão fazendo a diferença na hora de decidir os pequenos detalhes. 

Qual sua avaliação geral da competição? Em questão de resultado, foi o seu melhor mundial. Cumpriu os objetivos inicias? 

O nosso objetivo maior era ir ao pódio em todas as três provas individuais e nós conseguimos fazer isso. 

Além da vitória nas águas, você também foi eleita para ser representante do Brasil na FINA. O que representa para você ser escolhida por voto direto entre os atletas? 

A confiança que depositaram em mim é importante, vamos ouvir os atletas e levar seus anseios e sugestões para a cúpula da entidade. 

Em relação a Tóquio, se fosse para pôr em porcentagem, quantos % acha que já está hoje? 

Hoje eu creio que ainda estou em 70% da minha capacidade em relação à Tóquio, não mais que isso. 

Você pode considerar a prova dos 10km desse mundial a mais difícil da sua carreira? Um final imprevisível com três campeões olímpicas na ponta. 

Não foi a mais difícil, mas com certeza a que mais me exigiu uma recuperação física rápida, para nadar bem a prova seguinte de 25km, já que o intervalo entre as duas foi curto. 

Apesar do ouro, achou complicado nadar de um dia para o outro as provas de 10km e 25km? Te afetou? 

Me afetou, com certeza. As primeiras colocadas nos 25km nadaram os 10km, o cansaço foi imenso. O ideal era ter pelo menos 48 horas de descanso. 

A rivalidade com a Sharon já é clássica, pensa que ela estava sentida ainda das Olimpíadas nos 10km? 

A rivalidade com Sharon é somente na dentro d’água, fora somos amigas, até nos falamos com frequência, sem ressentimentos (risos). 

Qual é o segredo para tanta dominância nos 25km? Agora já é pentacampeã mundial. 

Força mental.  

E para sua regularidade? Com você, o pódio sempre parece possível. 

Não importa a disputa, o objetivo é sempre o pódio, então o planejamento é sempre com esse foco e ajuda muito.

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