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Com Renan Calheiros presente, Caixa assina patrocínio com Fluminense e Botafogo

Publicado terça-feira, 20 de setembro de 2016 às 15:17 h | Atualizado em 19/11/2021, 07:42 | Autor: Isabela Bonfim | Estadão Conteúdo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não conseguiu esconder sua satisfação com o contrato de patrocínio do Botafogo pela Caixa Econômica Federal. Botafoguense, o senador participou das negociações para liberar o patrocínio e foi pessoalmente à sede da Caixa Econômica em Brasília nessa terça-feira, para a cerimônia de assinatura dos contratos com o clube alvinegro e com o Fluminense.

"Esse era um antigo desejo do Botafogo. O Botafogo e o Fluminense estavam fora das relação de patrocínio e hoje chegou o grande dia. A Caixa Econômica Federal assinou com o Botafogo e com o Fluminense um patrocínio que vai, do ponto de vista do clube, ajudar bastante no prosseguimento do Campeonato Brasileiro", afirmou o presidente do Senado.

Apesar de negar ter participado de qualquer negociação, Renan Calheiros confirmou que, assim como outros parlamentares, ele participou de reuniões com o atual presidente da Caixa Econômica, Gilberto Occhi, deputado licenciado do Partido Progressista (PP).

Renan teria sido procurado pelo ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, para ajudar nas tratativas do patrocínio quando a presidente da Caixa ainda era Miriam Belchior, durante o governo Dilma Rousseff. Mais recentemente, Montenegro teria se encontrado ainda com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também é botafoguense.

As ligações de Renan Calheiros com o futebol não são recentes. O presidente do Senado já recebeu, por mais de uma vez, comitivas do Botafogo. Além disso, um dos principais diretores da CBF, o lobista Vanderbergue dos Santos, foi assessor de Renan Calheiros em 2007. Vanderbergue atua no Congresso Nacional para impedir o avanço das CPIs que investigam casos de corrupção no futebol.

PATROCÍNIO CONTROVERSO - No caso do Botafogo, a parceria com a Caixa vai até o fim de 2016, com previsão de renovação automática até dezembro de 2017. O acordo vai render cerca de R$ 12 milhões anuais aos cofres do clube. Já no caso do clube tricolor, internamente ninguém dá o martelo como batido, mas a tendência é de que o contrato seja, em um primeiro momento, assinado apenas até o fim deste ano.

A Caixa Econômica é atualmente a maior patrocinadora do futebol nacional, superando a marca dos R$ 100 milhões anuais. Com os novos contratos, o banco alcança a marca de 18 clubes patrocinados. No futebol carioca, a Caixa vai assinar a camisa dos quatro maiores clubes rivais da capital, Botafogo, Fluminense, Vasco e Flamengo. A iniciativa, entretanto, é controversa e já recebeu críticas da Controladoria Geral da União (CGU).

Em auditoria divulgada em março de 2016, a CGU concluiu que o investimento da Caixa Econômica Federal no futebol foi realizado sem a devida clareza e transparência de objetivos aliada à ausência de mecanismos para medir o retorno financeiro com o seu patrocínio a clubes. O órgão ainda ressaltou que o banco se expôs a potenciais danos de imagem nos acordos.

"De forma que não foi possível avaliar o efetivo retorno financeiro obtido pela Caixa Econômica Federal com esses contratos de patrocínio, não tendo sido obtidas evidências objetivas e mensuráveis de que tais ações de marketing tenham contribuído para a realização de novos negócios e o incremento do lucro do Banco", dizia o documento.

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