Bahia tenta quebrar tabu contra Grêmio para manter sonho
Enfrentar o bom time do Grêmio, por si só, já é uma difícil missão para qualquer time brasileiro. Mas, não bastasse o grau de dificuldade do duelo desta quarta-feira, 16, às 19h15, em Porto Alegre, o Bahia ainda terá que entrar em campo preparado para lutar contra, literalmente, tudo o que envolve o jogo: frio, torcida rival, tempo longe de casa, desfalques, tabu, fase não tão boa e até mesmo o árbitro.
É isso mesmo. Para começo de conversa, o Tricolor baiano nunca venceu o time gaúcho no sul do País. Até aqui, as equipes já duelaram 19 vezes na fria Porto Alegre, com 10 triunfos gremistas e nove empates. Incluindo os jogos em Salvador na conta, o número de embates sobe para 48, com o Bahia tendo um saldo de 12 vitórias, 16 empates e 20 derrotas.
Esse é o primeiro desafio do Esquadrão de Aço: vencer o Imortal longe de Salvador pela primeira vez e dar fim a esse indigesto tabu. Mas, para alcançar tal feito, o caminho será árduo. A previsão do tempo para esta quarta, no horário da partida, é de chuva e temperatura entre 15 e 20 graus. Ou seja, torcer por tempo aberto não é uma possibilidade.
Além disso, os atletas estão longe de suas respectivas famílias desde o último dia 11, quando embarcaram para o Rio de Janeiro para enfrentar o Fluminense. De lá, seguiram viagem diretamente para Porto Alegre na segunda-feira. Eles só voltarão para o calor de casa amanhã. Ao todo, serão, praticamente, sete dias fora.
Mas nada é tão ruim que não possa piorar, já diriam os sábios e os pessimistas. O árbitro escalado para a partida é ninguém menos do que o paranaense Rodolpho Toski Marques. Talvez você não se lembre dele imediatamente. Mas é fácil reacender essa lembrança, até por ser recente. Ele apitou o polêmico empate em 2 a 2 no Brasileirão do ano passado, na Arena do Grêmio.
Na ocasião, Élber balançou as redes duas vezes e colocou o Bahia em vantagem. E foi no segundo tempo que Toski Marques entrou em ação. Ele expulsou o zagueiro Jackson, em um lance com Juninho Capixaba. Uma expulsão, no mínimo, questionável. E, ainda não satisfeito, deu um pênalti inexistente de Gregore em Marinho, o que culminou no gol de empate, assinalado pelo atacante Jael.
A criticada arbitragem ganhou os noticiários de todo o Brasil e acabou com a diretoria do Bahia entrando com uma representação contra o árbitro na CBF. Mas esse episódio não é um caso isolado. No Brasileirão de 2012, na derrota por 3 a 1, o Bahia sofreu com as marcações equivocadas do árbitro sergipano Claudio Francisco Lima e Silva. Teve de tudo: pênalti inexistente, gol mal anulado e expulsão.
Hora da reabilitação
Com 38 pontos, na oitava colocação e sem vencer há três jogos – derrotas para Athletico-PR e Fluminense, e empate com o São Paulo – Roger Machado sabe da importância de pontuar contra o Grêmio, principalmente para não se desgarrar do G6. “É um jogo sempre complicado, jogar em Porto Alegre, contra o Grêmio. Nós estamos vindo de um revés contra o Fluminense. Nosso objetivo é nos reabilitar na competição, conquistar três pontos. A gente imagina que, com a força do coletivo, temos condição de fazer um bom jogo e levar pontos para Salvador”.
Ainda sem contar com os laterais titulares, Nino Paraíba e Moisés, lesionados, Roger comemora o retorno do atacante Artur, que cumpriu suspensão diante do Fluminense.
“Artur é um jogador com características muito peculiares, que tem na vitória pessoal e na velocidade pelo lado do campo, as suas características principais. E tê-lo de volta recoloca no campo o sincronismo das peças de um setor. Isso que vai ser importante também, na medida em que a gente não tem o Nino, e o João [Pedro] fez um belo jogo”, analisou.