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Reaproveitar é jeito de inovar e economizar na decoração

Publicado sábado, 04 de maio de 2019 às 14:22 h | Atualizado em 21/01/2021, 00:00 | Autor: Natália Figueiredo* | Foto: Cesol | Divulgação
Banquinho feito de pneu dá charme ao ambiente
Banquinho feito de pneu dá charme ao ambiente -

O reaproveitamento de materiais que não estão sendo usados e provavelmente iriam para o lixo pode ser uma maneira de inovar na decoração. Com um investimento mais baixo, é possível ter uma peça nova a partir daquela peça que está jogada em um cantinho. Além de sustentável, os novos móveis ou objetos ainda se tornam uma exclusividade.

A arquiteta Ana Antunes costuma utilizar a decoração com materiais reutilizados em seus projetos. Na mostra Morar Mais por Menos, ela e sua parceira, Larissa Correia, tiveram a oportunidade de criar um Salão de Banho focado na acessibilidade, reciclagem dos materiais e no baixo custo da matéria-prima.

“Ainda é um tanto complicado fazer com que os clientes absorvam esses materiais, que entendam a importância de reciclar e do reúso. Mas a gente, enquanto profissional, tem que formar público também, então sempre procuro introduzir ou reaproveitar móveis da própria pessoa”, pontua a arquiteta.

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Ana Antunes e Larissa Correia usaram pallets no Salão do Banho

Segundo a profissional, o público que procura por esse tipo de decoração geralmente são pessoas que têm aptidão para trabalhos manuais, que buscam referências no aplicativo Pinterest e fazem seus espaços sozinhos.

Uma das maiores influenciadoras digitais de Salvador, Jéssica Dantas, é um exemplo disso. A falta de dinheiro a motivou a fazer as peças que via na internet. “Comecei ensinando mural de fotos com isopor, gaveteiro com caixa de sapato, reaproveitando mesas velhas... Tudo pra compartilhar dicas e economia”, conta.

Mas não são todos os públicos que gostam e optam por essa decoração. A arquiteta diz que sente uma certa relutância nos clientes. “Ainda se tem muita resistência com móveis usados. Quem paga por um projeto não quer de jeito nenhum comprar algo que já foi de alguém, por exemplo. Exceto se estiver em um antiquário”, informa.

A profissional ainda acrescenta que não há uma procura específica por esse tipo de decoração, mas hoje em dia há uma maior aceitação do público. As vantagens desse trabalho, segundo ela, são a durabilidade, especificidade e sustentabilidade.

Essa especificidade é o que faz a blogueira Jéssica produzir suas peças, ela costuma fazer tudo que não encontra para venda nas lojas com facilidade. “As pessoas hoje querem praticidade e economia, mantendo a decoração da casa no seu estilo”, destaca Jéssica. Suas seguidoras costumam fazer tudo que ela ensina ou criar a partir de suas ideias.

“Eu sempre faço os DIY (do it yourself, que em português significa faça você mesmo) de coisas que realmente vou usar e são úteis”, comenta a influenciadora. Com o passar do tempo, ela percebe que as pessoas passaram a confiar no seu trabalho, e a procura por seus tutoriais tem aumentado.

Produção artesanal

Engana-se quem pensa que não existem profissionais especializados na produção desses itens. O artesão Joelson Santos produz diversas peças feitas de caixotes e pallets, isso mesmo, aquelas peças que costumam ser usadas em feiras e mercados. Ele pega o material que algumas empresas descartam e cria objetos e móveis, como, por exemplo, arara de roupas, cama, sofá e armário de cozinha.

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O artesão Joelson Santos criou uma cabeceira de pallets

Joelson conta que existem duas dificuldades, a primeira é o tempo que demanda a produção, já que grande parte do trabalho é feito à mão. A segunda é que, para ele, existe uma desvalorização. “Muitos acham que por se tratar de um trabalho de reaproveitamento de resíduo sólido, ou reciclagem, o valor de comercialização deve ser muito baixo”, comenta.

O artesão diz que ama o que faz e se sente realizado ao ver um projeto concluído. “Ecodesign tem se tornado cada vez mais forte nos ambientes, tanto residenciais quanto comerciais. Além de dar um toque único ao ambiente, carrega em si uma consciência ambiental e são produtos duráveis e resistentes”, salienta Joelson.

*Sob supervisão da editora Cassandra

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